Sites chineses de compras online estão a ser usados para ‘lavar’ milhões de dólares

Alguns dos principais sites de compras online da China estão a ser usados para transferir milhares de milhões de dólares para sites de apostas offshore., de acordo com o Financial Times (FT).

As pessoas que pretendem fugir aos rigorosos controlos de capital da China, por exemplo, para jogar em sites de apostas offshore, têm vindo a colocar encomendas falsas em sites de compras, incluindo a Pinduoduo, a segunda maior plataforma de utilizadores da China. Uma soma correspondente é então creditada nas contas de jogo.

Nos últimos meses, várias forças policiais na China anunciaram detenções numa série de casos, alegando que pelo menos 2,06 mil milhões de dólares foram ‘lavados’ em sites de apostas offshore, através destas falsas compras de comércio electrónico e outros métodos.

De acordo com o FT, o Banco Popular da China está a investigar as redes que permitem as transferências transfronteiriças, e o Governo lançou uma campanha publicitária para “atacar e controlar os jogos de apostas”.

Num dos casos, a polícia encontrou, na cidade oriental de Wuxi, 600 milhões de pacotes falsos inseridos em sistemas de rastreio de empresas de correio por funcionários internos, a fim de completar transacções de comércio electrónico falsas. Muitos desses mesmos números de rastreio de pacotes apareceram em casos de lavagem de dinheiro em duas outras cidades chinesas, onde mais de um milhar de milhão de dólares foi alegadamente canalizado para sites de jogos offshore.

Ni Shiyuan, um agente da polícia em Wuxi, disse que o Governo chinês deveria “incitar as plataformas relacionadas, especialmente as novas plataformas de comércio electrónico social, a reforçar os controlos internos”. Pinduoduo é a empresa de comércio electrónico social mais famosa.

Um porta-voz da Pinduoduo disse ao FT que “os sindicatos de apostas que operam sob falsos pretextos em plataformas de comércio electrónico são um problema de toda a indústria”. A empresa disse que já remeteu mais de 1000 pistas às autoridades desde 2019, o que resultou na detenção de mais de 200 suspeitos.