“Sem o fim da guerra, não há troca de reféns”, avisa líder interino do Hamas

O chefe interino do Hamas em Gaza, Khalil al-Hayya, anunciou esta quinta-feira que não há reféns de troca de reféns com Israel sem que termine a guerra no enclave palestiniano. “Sem o fim da guerra, não pode haver troca de prisioneiros”, avisou Hayya numa entrevista televisiva ao canal de televisão ‘Al-Aqsa’

“Se a agressão não terminar, por que a resistência e, em particular o Hamas, devolveriam os prisioneiros (reféns)?”, continuou. “Como é que uma pessoa sã ou louca perderia uma carta forte que possui enquanto a guerra continua?”

Os esforços para negociar uma trégua para Gaza estagnaram e os EUA vetaram esta quarta-feira uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que apelava a um cessar-fogo permanente e incondicional. O embaixador de Washington na ONU explicou que os EUA apenas apoiariam uma resolução que apelasse explicitamente à libertação imediata dos reféns israelitas como parte de um cessar-fogo.

Hayya, que liderou a equipa de negociação do grupo com os mediadores do Qatar e do Egito, atribuiu a falta de progressos ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que por sua vez responsabilizou o grupo islâmico pelas negociações paralisadas. “Há contactos em curso com alguns países e mediadores para reavivar este processo. Estamos prontos para continuar com estes esforços, mas é mais importante ver uma vontade real do lado da ocupação para acabar com a agressão”, sustentou Hayya, acrescentando que “a realidade prova que Netanyahu é quem prejudica as negociações”.

Benjamin Netanyahu disse ainda que Israel não desistiu de tentar localizar os restantes 101 reféns que se acredita ainda estarem no enclave e ofereceu uma recompensa de 5 milhões de dólares pela devolução de cada um.

O Hamas quer um acordo que ponha fim à guerra e que preveja a libertação de reféns israelitas e estrangeiros mantidos em cativeiro em Gaza, bem como dos palestinianos presos por Israel, enquanto Netanyahu prometeu que a guerra só poderá terminar quando o Hamas for erradicado.

O Qatar, um importante mediador do cessar-fogo ao lado do Egito, disse ter informado o Hamas e Israel que iria paralisar os seus esforços de mediação, a menos que as duas partes em conflito mostrassem “disposição e seriedade” para chegar a um acordo.