Seca: França proíbe encher piscinas, lavar o carro ou regar, a partir de hoje. E Portugal?

A partir desta quarta-feira, passa a ser proibido encher piscinas, lavar os carros ou regar o jardim em algumas regiões do sul de França, devido a uma série de medidas impostas pelo Governo para combater a seca e a escassez de água no país.

O anúncio da decisão foi feito pelo ministro francês da Transição Ecológica Christophe Béchu, que explicou que, a partir de hoje, a região dos Pirenéus Orientais vai entrar em nível “crítico” de seca.

Para além das proibições já indicadas, também está interdita a venda de piscinas de jardim, já em antecipação ao que o calor do verão possa convidar.

“É preciso acabar com a nossa cultura de abundância. Os Pirenéus Orientais são uma região que não vê um dia inteiro de chuva há mais de um ano Quando estamos numa crise como besta, é bastante simples: a água é só para beber e para mais nada”, avisou o governante.

É o caso mais grave em França, mas não o único: mais de 40 distritos estão no nível de “alerta” ou “de vigilância” de seca, com mais outros três no nível “crítico”. As expetativas é que a situação de vá agravando durante o verão.

De acordo com o Governo francês, 2000 localidades estão em risco de ficar sem abastecimento de água este ano. No ano passado foram cerca de 1000 mil os locais franceses com problemas de água, que tiveram que ser resolvidos com camiões-cisterna em 400 dos casos.

Portugal enfrenta também a ameaça da seca mas, para as limitações ao uso de água são só na agricultura.

No final de abril, a ministra da Agricultura Maria do Céu Antunes, assinalou que o sul do País está em seca “extrema” ou “severa”, com 40% do território nacional numa destas situações.

Para já, o Governo anunciou a proibição de estufas no Alentejo e Algarve, e impôs algumas contingências no abastecimento agrícola em algumas albufeiras a sul.

O ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, admitiu que possam vir a ser tomadas mais medidas de contingência, nos próximos meses, caso a situação de seca se agrave, e adiantou que todos têm de trabalhar para criar uma cultura de risco.

“Temos de ter capacidade de adaptação a esta realidade. Tem de haver envolvimento de todos, desde empresas, cidadãos, municípios para ajudar a diminuir o risco. (…) Temos plena noção que em algumas zonas do país onde não há capacidade de abastecimento sem que chova poderá implicar tomar medidas do ponto de vista de contingência”, disse.