Saída de Centeno na corrida presidencial ‘baralha’ contas do PS: António Vitorino ganha força

A saída de Mário Centeno da corrida presidencial veio ‘baralhar’ as contas do PS. “Agora temos de esperar”, reconheceu Pedro Nuno Santos, líder socialista, que viu a lista de presidenciáveis diminuir – ao mesmo tempo, sublinhou o ‘Diário de Notícias’, o antigo líder do partido, António José Seguro, não se impôs na escolha para o Palácio de Belém.

Há várias personalidades do PS a dar sinais de estarem dispostos a avançar para a Presidência: o ex-comissário europeu António Vitorino, a ex-eurodeputada Ana Gomes – a segunda mais votada nas Presidenciais de 2021 -, a antiga comissária europeia Elisa Ferreira e o ex-presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva. Pedro Nuno Santos salientou que o partido “tomará a sua decisão” quando todos tornarem público se querem avançar. Mas deixou dois avisos: “não vamos estar condicionados nem presos a nenhuma candidatura em particular”, frisou, reiterando que “queremos conhecer quem está disponível na nossa área política e no nosso partido”.

As palavras de Pedro Nuno Santos abrem a possibilidade de um candidato presidencial fora da esfera socialista, desde que tenha capacidade para mobilizar os eleitores mais à esquerda, numa altura em que o professor universitário jubilado António Sampaio da Nóvoa é pressionado a concorrer à Presidência da República, depois do mais de um milhão de votos assegurados em 2016 (22,88%).

Mas a candidatura alternativa a António José Seguro é a de António Vitorino, um hipótese já admitida pelo atual presidente do Conselho Nacional para as Migrações e Asilo, e nunca afastada – e vai servindo para quem, dentro do PS, não alinha com António José Seguro

Pedro Nuno Santos sublinhou que “o espaço do centro-esquerda tem a obrigação de ter um candidato forte para restituir a confiança ao país”, contrapondo “o cidadão militar, sem experiência e atividade na política”, “o comentador de política” e o “líder da extrema-direita” que “a direita tem para oferecer”.

As eleições presidenciais previstas para janeiro de 2026, pelo que deverá estar para breve a decisão dos possíveis candidatos e o esclarecimento político na corrida a Belém: confirmados, nesta altura, estão o empresário Tim Vieira, o sindicalista André Pestana, a psicóloga clínica e comentadora televisiva Joana Amaral Dias e o presidente do Chega, André Ventura.