Rússia recruta até 180 mil condenados para lutar na Ucrânia, denuncia inteligência ucraniana

A Rússia terá alistado entre 140 e 180 mil prisioneiros para lutar na guerra contra a Ucrânia, indicou esta sexta-feira o Serviço de Inteligência Estrangeira da Ucrânia (SZRU), citado pelo jornal ‘Kyiv Independent’, que lembrou que havia entre 300 e 350 mil pessoas em prisões russas em 2024 – de acordo com a agência de inteligência ucraniana, é cerca de metade do número de 2014.

Recorde-se que um decreto do Governo russo a abolir o pagamento único de cerca de 3.500 euros a prisioneiros pela assinatura de um contrato com o Ministério da Defesa russo para participar na linha da frente com a Ucrânia entrou em vigor a 1 de janeiro. “A abolição legislativa do pagamento único é uma evidência do aprofundamento da crise na economia russa e da escassez de recursos financeiros”, afirmou o Serviço de Inteligência Estrangeira da Ucrânia.

Os reclusos e os seus familiares são privados de uma série de pagamentos e benefícios recebidos pelos membros das formações de voluntariado, sendo que os salários dos prisioneiros são também entre duas e quatro vezes inferiores aos dos outros soldados russos, sustentou o organismo ucraniano.

Dezenas de homens condenados por crimes violentos foram autorizados a regressar à Rússia após o serviço militar: em diversos casos, estes ex-reclusos foram acusados de novos crimes.