Rússia recruta à força moradores até 60 anos das regiões ocupadas, acusa Kiev
A Rússia recrutou à força cerca de 300 moradores das partes ocupadas pela Rússia nas regiões ucranianas de Kherson e Zaporizhia, denunciou o Serviço Principal de Inteligência do Ministério da Defesa da Ucrânia.
O recrutamento forçado ocorreu entre o dia 1 de outubro a 31 de dezembro do ano passado, afirmou o HUR. “A administração da ocupação força ucranianos com até 60 anos a se registarem para o serviço militar. Se recusarem, são ameaçados com despedimentos e mais restrições ao emprego”, reforçou o organismo ucraniano.
Além disso, a Rússia está a tentar recrutar moradores locais para servir nas Forças Armadas Russas mediante contrato, afirmou o HUR, com a administração de ocupação em Lugansk a oferecer 2,5 milhões de rublos (cerca de 24 mil dólares) pela assinatura de um contrato.
O direito humanitário internacional proíbe estritamente o recrutamento de residentes de territórios ocupados para as forças armadas do estado ocupante. As ações da Rússia a esse respeito são uma violação grave dos direitos humanos e outro crime cometido pelo regime do Kremlin, declarou o HUR.
No mês passado, a publicação ‘Kyiv Post’ relatou que o exército russo enfrenta um declínio significativo no número de novos soldados contratados e voluntários, apesar dos crescentes incentivos e benefícios financeiros, incluindo promessas de quitação de dívidas.
De acordo com Janis Kluge, investigadora do Instituto Alemão de Segurança Internacional, com base em dados do orçamento federal da Rússia, o exército russo recrutou cerca de 700 novos soldados diariamente no terceiro trimestre de 2024 – isso representa quase 30% menos do que no segundo trimestre, com uma média de 1.020 pessoas a alistarem-se diariamente, totalizando cerca de 92.900 recrutas ao longo de três meses.