Rússia alerta cidadãos para evitarem viagens à UE, EUA e países aliados devido a “riscos de perseguição”
O governo russo emitiu, esta quarta-feira, um alerta aos seus cidadãos para que evitem deslocações a vários países da União Europeia, Estados Unidos e Canadá, alegando que existem riscos de perseguição por parte das autoridades locais de cada um dos destinos, particularmente nos EUA. A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, afirmou que as relações entre Moscovo e Washington estão “à beira da rutura”.
“Num contexto de intensificação da confrontação nas relações russo-americanas, que estão à beira da rutura devido à culpa de Washington, as viagens aos Estados Unidos, sejam de carácter privado ou oficial, implicam riscos sérios de perseguição”, declarou Zakharova numa conferência de imprensa. A responsável recomendou que os cidadãos russos evitem deslocações não só aos Estados Unidos, mas também ao Canadá e, com raras exceções, aos países membros da União Europeia, especialmente durante a época das festividades natalícias.
Diplomatas russos e norte-americanos avaliaram, em declarações à agência Reuters, que as relações entre os dois países atingiram o ponto mais crítico desde a crise dos mísseis em Cuba, em 1962. Este agravamento deve-se, em grande parte, ao conflito na Ucrânia, onde as forças ucranianas utilizaram mísseis fornecidos pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido para atacar território russo no mês passado. Este episódio levou Moscovo a rever a sua posição estratégica, reduzindo o limiar para o uso de armas nucleares.
Outro fator que contribui para a deterioração das relações é a troca de acusações entre os dois países sobre detenções arbitrárias de cidadãos. Moscovo e Washington acusam-se mutuamente de prender cidadãos sob acusações infundadas, agravando ainda mais as tensões diplomáticas.
Zakharova sublinhou ainda a importância de evitar deslocações durante o período de Natal, quando o aumento da mobilidade internacional pode expor os cidadãos russos a situações consideradas de risco. Embora o alerta esteja em vigor de forma abrangente, a Rússia sublinha que esta recomendação é especialmente relevante para viagens a países considerados aliados dos Estados Unidos, como os membros da NATO e da União Europeia.