Risco de epidemia misteriosa põe China em estado de alerta

Ainda sem grandes conclusões sobre qual a origem da doença que se abateu sobre a China, mais concretamente na região de Wuhan, um grande centro urbano com mais de 10 milhões de habitantes, o país tenta controlar os surtos daquela que parece ser uma variante da pneumonia.

Cerca de 60 pessoas contraíram uma doença respiratória misteriosa, que leva a população chinesa a equacionar vir a tratar-se de uma eventual nova epidemia de Sars, a síndrome respiratória aguda grave detetada na China em finais de 2002 e que resultou em mais de oito mil casos em todo o mundo, traduzindo-se em 700 vítimas mortais.

As autoridades médicas não partilham da mesma opinião, descartando até essa possibilidade por não existirem evidências concretas de transmissão «homem para homem». A Síndrome Respiratória do Médio Oriente e a gripe aviária também não são hipóteses equacionadas.

A sazonalidade da época não podia ser pior para despertar um problema de saúde deste calibre, a China celebra o novo ano lunar no final de janeiro com o Festival da Primavera, que atrai milhões de pessoas, facto que preocupa em muito as autoridades médicas que já alertaram a população para a atenção a sintomas como a febre, dificuldades em respirar ou dores no corpo.

A fim de tentar controlar ao máximo a propagação da doença, as autoridades médicas «reforçaram as medidas em todas as fronteiras», tal como refere Carrie Lam, chefe do executivo de Hong Kong, toda a população que se encontra em viagem nos comboios da cidade de Wuhan é sujeita a verificações de temperatura corporal. Estão também a ser aplicadas medidas extra de saneamento e higiene, para investigar a causa do vírus.

No final de dezembro de 2019 foram registados 27 casos de pessoas com sintomas de uma doença semelhante à pneumonia mas não identificada, um número que aumentou para os 59 no último domingo. Sete dos pacientes afetados encontram-se em estado crítico, tendo sido colocados em quarentena para prevenção.

Alguns dos pacientes afetados trabalham no mercado de frutos do mar de Wuhan, sugerindo a possibilidade, de acordo com a comissão de saúde, de poder tratar-se de uma transmissão de animal para humano, contudo não existem certezas confirmadas.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma estar a monitorizar o desenvolvimento da situação, estando em contacto próximo e permanente com as autoridades médicas chinesas.

Apesar de todo o acompanhamento o medo e a insegurança já se abateram por várias regiões chinesas, Hong Kong e Singapura são exemplos de locais onde a prevenção está a ser aplicada através da utilização de máscaras faciais, bem como do controlo da temperatura corporal.