Rendibilidade das empresas desce para 9,4% no 3.º trimestre de 2024
A rendibilidade das empresas desceu no terceiro trimestre de 2024, atingindo 9,4%, face a 9,5% no segundo trimestre e 9,8% no período homólogo de 2023, adiantou hoje o Banco de Portugal (BdP).
Segundo o BdP, na publicação “estatísticas das empresas na central de balanços”, no terceiro trimestre do ano passado, “a rendibilidade das empresas ― medida pelo rácio entre os resultados antes de amortizações, depreciações, juros e impostos (EBITDA) e o total do ativo ― foi de 9,4% (9,5% no segundo trimestre de 2024 e 9,8% no período homólogo)”.
Na mesma nota, o banco central indicou que a “rendibilidade do ativo das empresas privadas foi de 9,5%, no final do terceiro trimestre de 2024”, sendo que, em comparação com o período homólogo, houve “uma descida em todos os setores de atividade, com exceção dos setores da construção”, com mais um ponto percentual (pp) e da eletricidade, gás e água (+0,6 pp).
Já no caso da construção, “esta subida reflete a melhoria generalizada do EBITDA do setor, enquanto na eletricidade, gás e água, o acréscimo da rendibilidade resultou, maioritariamente, do aumento da produção de energia renovável combinado com a descida do custo das matérias-primas na produção de energia não renovável”.
O BdP precisou ainda que “os setores das sedes sociais e indústrias foram aqueles em que a rendibilidade do ativo mais se reduziu (-2,5 pp e -1,2 pp, respetivamente)”, explicando que para a redução no setor das sedes sociais “contribuiu a redução do recebimento de rendimentos em empresas participadas, ao passo que nas indústrias observou-se uma redução das margens”.
Por outro lado, a autonomia financeira das empresas, que é medida pelo peso do capital próprio no total do ativo, “foi de 45,1% no terceiro trimestre de 2024, valor superior ao registado no período homólogo (42,9%)”, disse a instituição.
No caso da autonomia financeira das empresas privadas esta “foi de 45,4%, no final do terceiro trimestre de 2024”, sendo que em comparação com o período homólogo, “registou-se um aumento em todos os setores, com exceção das sedes sociais”.
Segundo o BdP, “o aumento da autonomia financeira continua a refletir a conversão de empréstimos de empresas do grupo em capital observada no quarto trimestre de 2023, sobretudo nos setores da indústria, da eletricidade, gás e água e dos outros serviços”.
Em termos de dimensão, “a autonomia financeira das PME subiu de 44,2% para 46,2%, e a das grandes empresas aumentou de 36,3% para 40,1%”, referiu o BdP.
Já a autonomia financeira das empresas públicas cresceu, face ao trimestre homólogo, de 36,5% para 37,5%.
Segundo o BdP, para o total das empresas, “o peso dos financiamentos obtidos no total do ativo diminuiu para 27,2% (28,8% no período homólogo)”, algo que reflete não só a conversão de empréstimos de empresas do grupo em capital, mas também “a redução continuada dos empréstimos contraídos junto do setor financeiro”.
Já o custo dos financiamentos obtidos “aumentou de 4,0% para 5,0%, em comparação com o período homólogo”, um aumento que foi transversal a todos os setores, mas a “tendência decrescente das taxas de juro nos novos empréstimos refletiu-se num aumento mais contido do custo dos financiamentos obtidos em relação ao trimestre anterior (+0,1 pp)”.
Segundo o BdP, a cobertura dos gastos de financiamento das empresas, uma medida de pressão financeira que quantifica o número de vezes que o EBITDA gerado pelas empresas é superior aos seus gastos de financiamento, “reduziu-se, em termos homólogos, de 8,6 para 6,9”.