Rendas das casas de luxo voltam a aumentar em Lisboa, mas valores parecem estar a estabilizar

Os valores das rendas de imóveis residenciais de luxo continuam a subir a nível global. Entre as 30 cidades analisadas, 25 registaram um crescimento positivo ao longo de 2024, com uma média de aumento de 4,3%.

De acordo com o mais recente estudo “Prime Residential World Cities Index” da Savills, em Lisboa, os valores das rendas de imóveis prime subiram 10,5% este ano, mas o mercado dá sinais de estabilização. Depois de um crescimento de 30% em 2023, o ritmo abrandou, com uma subida de apenas 2,8% no segundo semestre de 2024. Este movimento é apontado como o início de um período de maior estabilidade no segmento de luxo da capital portuguesa.

Outras cidades europeias destacaram-se igualmente pelo forte aumento das rendas. Barcelona, Amesterdão, Madrid e Atenas registaram subidas acima dos 5% em 2024. A oferta limitada de imóveis de alta qualidade foi um dos fatores que impulsionou este crescimento, especialmente em Barcelona e Madrid, onde a escassez de stock é evidente. Em Amesterdão, a nova Lei da Habitação Acessível, que reduz a oferta privada de arrendamento, deverá continuar a estimular a procura de habitação de luxo.

O Dubai mantém-se no topo do ranking global como a cidade com o maior aumento das rendas de imóveis de luxo. Em 2024, os valores cresceram 23,5%, superando o pico histórico de 2016. A crescente procura, alimentada por novos residentes de diferentes regiões do mundo, fortalece o mercado de arrendamento prime da cidade.

Segundo Catarina Alves, Sales Manager da Savills, “Lisboa continua a registar um aumento dos valores de arrendamento dos imóveis de luxo, embora agora a um ritmo mais lento depois do pico registado em 2023. Prevê-se que, em 2025, esta tendência se mantenha no mercado prime, dado que a oferta de imóveis premium se mantém estável e a procura deverá continuar ativa, tanto por parte de clientes nacionais como internacionais.”

Kelcie Sellers, Associate director, Savills World Research, sublinha que “embora as taxas de juro permaneçam elevadas, é provável que muitos potenciais compradores continuem a recorrer aos principais mercados de arrendamento. Para 2025, os preços das rendas de gama alta deverão apresentar um ligeiro aumento nas 30 cidades abrangidas pelo índice World Cities, mas este crescimento irá provavelmente manter-se abaixo da média histórica.”