«Refugiada climática»: Austrália pode tornar-se demasiado quente e seca para habitação humana

De acordo com afirmações do climatologista e geofísico americano Michael Mann, à Reuters, o aumento das temperaturas globais motivado pelos devastadores incêndios que assolam a Austrália , torna o seu clima extremamente quente e seco, facto que representa um perigo enorme para os seus habitantes.

Esta é sem sombra de dúvida uma das piores épocas de incêndio alguma vez registadas no país australiano, com a ocorrência contínua de fogos desde setembro de 2019, matando cerca de 28 pessoas e mais de mil milhões de animais e destruindo totalmente diversas florestas e terras agrícolas.

Alguns dos incêndios ocorridos, foram de tal forma monstruosos, que criaram o seu próprio padrão climático, originando raios secos e tornados de fogo completamente destrutivos, que podem vir a tornar a Austrália «quente e seca demais para a habitação humana e nesse caso sim, infelizmente veremos os australianos juntarem-se às filas dos refugiados climáticos do mundo», afirma Michael Mann.

Este tipo de designação refere-se a pessoas que são obrigadas a abandonar as suas habitações, devido a mudanças ou eventos climáticos de extrema gravidade.

Mann dedica-se neste momento a estudar todas as alterações climáticas ocorridas na Austrália, indicando que as mesmas foram causadas por humanos e intensificadas por uma vaga de calor recorde, bem como uma seca sem precedentes.

Uma pesquisa do Instituto Australiano, mostrou que a crise dos incêndios florestais, aumentou a preocupação dos australianos com o impacto das alterações climáticas. Contudo, o primeiro-ministro australiano Scott Morrison tem subestimado a situação, afirmando constantemente que o governo vai «cumprir e superar» uma meta global de redução de emissões de dióxido de carbono, ressalvando que esse facto não pode custar empregos e economia.