Rainha Isabel II tinha cancro nos ossos, revela Boris Johnson em novo livro

A revelação do antigo primeiro-ministro britânico Boris Johnson sobre a saúde da rainha Isabel II está a gerar um intenso debate e curiosidade pública. Segundo excertos do seu novo livro de memórias, publicados pelo Daily Mail, Boris Johnson afirma que a monarca foi diagnosticada com cancro nos ossos, informação que não tinha sido divulgada ao público até à data.

De acordo com Boris Johnson, o diagnóstico foi-lhe confidenciado enquanto ainda exercia o cargo de primeiro-ministro. Durante a sua última audiência com a rainha, a 6 de setembro de 2022, quando apresentou oficialmente a sua demissão no Castelo de Balmoral, Boris Johnson relata que a rainha “parecia pálida e mais encurvada, e tinha escamas escuras nas mãos e nos pulsos, provavelmente devido a gotas ou injeções”. Apesar destes sinais visíveis de fragilidade física, a sua mente continuava clara e perspicaz.

“Eu sabia há um ano ou mais que ela tinha um tipo de cancro nos ossos e os médicos receavam que a qualquer momento ela pudesse entrar em declínio acentuado”, escreveu Boris Johnson no seu livro, revelando assim que a condição da rainha era conhecida há algum tempo, pelo menos por alguns membros da elite política britânica. Edward Young, secretário privado da rainha, confidenciou ao ex-primeiro-ministro que a saúde de Isabel II “piorou bastante durante o verão”.

“A sua mente estava completamente livre da doença”
Apesar dos sintomas visíveis e da progressão do cancro, Boris Johnson descreve a monarca como mantendo a sua lucidez e charme até ao final. “A sua mente – como Edward também tinha dito – estava completamente livre da doença”, escreveu ele. Durante a conversa, a rainha ainda exibia “aquele grande sorriso branco na sua beleza repentina que levantava o ânimo”, demonstrando a sua força de espírito e a sua capacidade de enfrentar a doença com dignidade.

Boris Johnson descreveu o seu encontro semanal com a rainha como um momento de grande significado pessoal: “Ir ver a rainha, durante uma hora por semana, e desabafar com ela era mais do que um privilégio. Era um bálsamo, uma forma de psicoterapia gratuita. Era como estar na escola e ser levado a tomar chá por uma avó muito querida.”

Rumores sobre o cancro da rainha ganham força
Esta revelação de Boris Johnson não é a primeira sugestão de que a rainha Isabel II estaria a lutar contra um cancro nos últimos anos da sua vida. Em 2022, o autor Gyles Brandreth já tinha afirmado no seu livro “Elizabeth: An Intimate Portrait” que a monarca sofria de mieloma múltiplo, um tipo de cancro da medula óssea que, até ao momento, não tem cura. Brandreth sugeriu que a condição da rainha era conhecida pelos médicos que a acompanhavam e que o desfecho não foi inesperado.

Brandreth, ao falar à Hello Magazine, disse: “Não é invulgar um médico escrever ‘idade avançada’ numa certidão de óbito quando morre uma pessoa com mais de 80 anos, como aconteceu com a rainha. O médico da rainha na Escócia, que foi seu médico durante 30 anos, disse que já sabiam do seu estado de saúde há algum tempo e que o fim não era inesperado. Eu não queria mesmo perturbar ninguém, mas se isso se vier a confirmar – e um dia confirmar-se-á – pelo menos eu, como repórter, estou a dizer o que se sabe”.

Certidão de óbito e a causa oficial da morte
A causa oficial da morte da rainha Isabel II foi registada como “idade avançada” na sua certidão de óbito, um diagnóstico comum em certidões de óbito de pessoas com idade avançada. No entanto, esta nova informação pode lançar uma luz diferente sobre os últimos meses de vida da monarca e a natureza da sua luta contra a doença.

Últimos momentos e o legado da monarca
A rainha Isabel II faleceu no dia 8 de setembro de 2022, aos 96 anos, no Castelo de Balmoral, na Escócia, rodeada pelos membros mais próximos da sua família. O seu falecimento marcou o fim de um reinado de 70 anos, o mais longo da história britânica. O funeral decorreu em Londres, com milhares de pessoas a prestarem as suas homenagens, e a rainha foi sepultada na Capela de São Jorge, em Windsor, ao lado do seu marido, o duque de Edimburgo.