Raides anti-imigração de Trump intensificam-se: autoridades americanas detêm quase mil imigrantes ilegais em apenas um dia
As autoridades americanas revelaram, este domingo, terem detido 956 migrantes sem documentos legais e feito 554 pedidos de retenção de deportação a outras forças de segurança em apenas um dia.
De acordo com o Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos, foram detidos 2.373 migrantes sem estatuto legal nos EUA desde a passada quinta-feira, apenas três dias depois da posse de Donald Trump – desde então, foram feitos pedidos para deportar outros 1.797 imigrantes.
Na noite do passado domingo, o organismo americano informou que realizou, em conjunto com o FBI e outras quatro entidades públicas, “operações específicas em Chicago para fazer cumprir a lei de imigração dos Estados Unidos, preservar a segurança pública e a segurança nacional, mantendo as pessoas perigosas fora das nossas comunidades”.
A Casa Branca já está a utilizar aviões militares para repatriar migrantes: os dois primeiros partiram na passada sexta-feira para a Guatemala: através das redes sociais, a Administração Trump publicou várias imagens da deportação para “enviar uma mensagem” sobre a política de imigração.
Just as he promised, President Trump is sending a strong message to the world: those who enter the United States illegally will face serious consequences. pic.twitter.com/yqgtF1RX6K
— The White House (@WhiteHouse) January 24, 2025
Os aviões partiram da Base Aérea Militar de Biggs, em El Paso, Texas, e transportaram cerca de 80 pessoas cada.
As deportações também chegaram à Colômbia, o que causou uma crise diplomática. As relações entre a Colômbia e os EUA sofreram uma reviravolta inesperada este domingo, quando o presidente colombiano, Gustavo Petro, rejeitou a entrada de aviões com deportados dos Estados Unidos, considerando que não está garantido um tratamento digno.
Em resposta, Trump ameaçou impor tarifas de 25% sobre produtos colombianos que poderiam chegar a 50%, restrições de vistos para altos funcionários do Governo Petro, membros do seu partido e suas famílias, bem como inspeções mais rigorosas a mercadorias e cidadãos colombianos que entram nos EUA.
Petro anunciou então medidas retaliatórias, como o aumento das tarifas sobre as importações dos EUA e pediu ajuda à Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) para enfrentar a crise migratória, o que agravou as tensões num conflito que poderia afetar gravemente as relações bilaterais.
Após horas de tensão diplomática, os Estados Unidos e a Colômbia assinaram uma trégua e concordaram que os Estados Unidos interrompessem o aumento das tarifas com que ameaçavam o Governo latino-americano, desde que a Colômbia aceite “sem restrições” a repatriação de migrantes.