Que impacto podem ter as políticas de Trump na economia de países como Portugal?

Os países do Sul da Europa, como Portugal, Espanha e Grécia, estão a destacar-se como os principais motores de crescimento económico na União Europeia. Enquanto as economias do Norte, como a Alemanha, enfrentam taxas de crescimento negativas, as do Sul registaram avanços significativos. No entanto, pode surgir um novo desafio com o regresso de Donald Trump à Casa Branca e as suas políticas comerciais protecionistas, que podem afetar especialmente as economias mais industrializadas da região.

A principal ameaça reside no aumento das taxas alfandegárias que Trump poderá impor aos produtos europeus. Um estudo do CaixaBank revelou que os países do Norte, com uma maior dependência das exportações para os EUA, seriam mais vulneráveis a estas medidas, revela o ‘Público. Em contraste, economias do Sul, como Portugal e Espanha, apresentam menor exposição a estas tarifas, o que poderá protegê-las em maior medida.

Por exemplo, em Portugal, quase metade das exportações para os EUA são de serviços, como o turismo, o que diminui a exposição ao comércio de bens que seria alvo de taxas.

O impacto potencial das políticas de Trump é um fator de risco crescente para a economia europeia. Países como a Irlanda e a Alemanha têm um peso significativo das exportações para os EUA no seu PIB, o que os coloca em uma posição mais desfavorável caso se concretizem novas tarifas. Por outro lado, em Espanha e Portugal, essa dependência é muito menor, o que oferece um grau maior de proteção.

A longo prazo, uma possível guerra comercial global, alimentada por políticas protecionistas, poderia ter efeitos mais severos em todas as economias da União Europeia. Mesmo que o Sul esteja relativamente mais protegido, as interconexões económicas dentro do bloco podem causar contágios que afetariam todos os países, tornando difícil evitar os efeitos de uma escalada protecionista global.