Publicidade a sites ilegais de jogo: associação avança com maior queixa-crime de sempre a 17 influencers

Bernardina Brito, Fanny Rodrigues, Rui Pedro Figueiredo, Isabela Cardinali, Jéssica Antunes ou Ruben Silvestre: este são algumas das 17 figuras públicas e influencers alvos da maior denúncia formal da Associação Portuguesa de Apostas e Jogos Online (APAJO), devido a publicidade feita a operadores de jogo não licenciados, avançou esta quinta-feira a rádio ‘Renascença’.

“O número de influenciadores a normalizar este comportamento de jogar em sites ilegais é cada vez maior e, portanto, é uma pandemia”, alertou Ricardo Domingues, presidente da APAJO, acusando estes influencers “de enviar consumidores para um mercado onde não há regras”. “Muitos destes influenciadores chegam a apresentar o jogo como uma forma de gerar rendimentos, o que é absolutamente absurdo. O jogo é uma forma de entretenimento.” Por outro lado, o responsável salientou que estes sites de apostas estão acessíveis a menores, que “facilmente se deixam iludir por um estilo de vida destes influencers que, em muitos casos, nem sequer corresponde à realidade”.

Outra questão levantada está nos métodos de pagamento de apostas – Multibanco ou MBWay -, o que motivou um pedido ao Banco de Portugal para que bloqueie as transferências de dinheiro para estas plataformas. “Aquilo que pedimos ao Banco de Portugal não é que determine se as plataformas são ilegais ou legais. Isso, o regulador português do setor já fez. Aquilo que pedimos ao Banco de Portugal é que garanta que as entidades que supervisiona não prestem serviços a entidades que não estão licenciadas para operar em Portugal”, salientou.

No entanto, o Banco de Portugal já veio esclarecer que não lhe compete emitir medidas relativamente a estes sites. “As competências do Banco de Portugal em sede de supervisão incidem sobre as instituições de crédito, sociedades financeiras, instituições de pagamento e outras entidades que lhe estejam legalmente sujeitas”, referiu.

De acordo com um estudo da APAJO, 40% dos apostadores estão em plataformas ilegais, sendo que o Estado é lesado em pelo menos 270 milhões de euros.