PS, PSD, Chega e IL: Em menos de um ano de legislatura, já há 12 deputados arguidos

Menos de um ano após o início da legislatura, doze deputados foram constituídos arguidos, representando um caso raro de grande impacto político no Parlamento português. Este grupo, que no hemiciclo constituiria a quarta maior força política, inclui parlamentares de diferentes partidos, com o PS a liderar em número de casos.

O mais recente a integrar esta lista é Miguel Arruda, que abandonou o Chega e passou à condição de deputado não inscrito após ter sido suspeito de furtar malas no Aeroporto de Lisboa. A sua saída ocorreu numa tentativa de mitigar o impacto do caso sobre o partido liderado por André Ventura.

Com este episódio, Arruda junta-se a outros onze parlamentares que, desde o início da legislatura, tiveram a imunidade parlamentar levantada pela Comissão de Transparência e Estatuto dos Deputados, para enfrentarem investigações judiciais, assinala o Correio da Manhã.

PS lidera casos com cinco deputados arguidos
Entre os partidos, o PS destaca-se com cinco deputados envolvidos em processos judiciais. O antigo ministro das Finanças Fernando Medina é arguido na Operação Tutti Frutti, que investiga alegados esquemas de favorecimento político. João Paulo Rebelo, ex-secretário de Estado do Desporto, está sob investigação por possíveis benefícios concedidos a um ex-sócio em contratos relacionados com testes à Covid-19.

Além disso, José Rui Cruz é visado por suspeitas de aproveitamento de fundos comunitários, enquanto Ricardo Lima enfrenta acusações de prevaricação e participação económica em negócio. Fátima Pinto, por sua vez, está a ser investigada por um alegado crime de ofensa à integridade física grave.

O PSD e o Chega têm, cada um, três deputados na lista. No caso dos sociais-democratas, Luís Newton, Carlos Eduardo Reis e Margarida Saavedra são alvos da Operação Tutti Frutti, numa investigação que apura alegados favorecimentos entre dirigentes e militantes do PS e PSD nas autárquicas de 2017.

No Chega, além de Miguel Arruda, destacam-se o líder parlamentar Pedro Pinto, investigado por propaganda ilegal na véspera das eleições regionais dos Açores, e João Tilly, arguido por difamação, na sequência de uma queixa apresentada por uma antiga dirigente do partido.

A Iniciativa Liberal também não ficou de fora. Patrícia Gilvaz, deputada do partido, é alvo de uma queixa por injúrias, apresentada por uma ex-militante.