“Profissionais em todo o mundo terão que se adaptar à inteligência artificial”, afirma Administradora da Bosch
A inteligência artificial (IA) está a afirmar-se como a tecnologia dominante da próxima década, com cada vez mais pessoas a reconhecerem a sua importância, tanto a nível profissional como pessoal.
Este é o principal resultado do estudo Bosch Tech Compass, realizado com mais de 11.000 pessoas em todo o mundo, incluindo países como Brasil, China, França, Alemanha, Índia, Reino Unido e EUA.
De acordo com os dados, a percentagem de pessoas que acreditam que a IA terá um papel significativo no futuro aumentou consideravelmente nos últimos quatro anos, passando de cerca de 40% para 67% no último ano. A Alemanha é o país que mais acredita no potencial da IA, com 72% dos inquiridos a preverem uma transformação significativa, um aumento substancial face aos 42% verificados há dois anos. Outras nações, como França, China e EUA, também partilham desta perspetiva otimista, com valores de 70%, 69% e 68%, respetivamente.
A IA aparece no topo das tecnologias previstas para os próximos dez anos, seguida pela tecnologia 5G (32%) e pela condução autónoma (24%).
“A inteligência artificial é um impulso para a inovação. Pode transformar a indústria em todo o mundo de forma semelhante à invenção do computador”, afirma Tanja Rueckert, membro do conselho de administração e CDO da Robert Bosch GmbH. “A tecnologia oferece grandes oportunidades. É também uma tarefa de toda a sociedade tornar este potencial evidente e promover a aceitação entre o público em geral.”
A pesquisa também revelou uma divisão geográfica na visão sobre o impacto social da IA. Na China, 66% dos inquiridos têm uma visão otimista sobre os benefícios da IA, enquanto no Reino Unido e nos EUA, os percentuais caem para 53% e 41%, respetivamente. Globalmente, 43% dos entrevistados acreditam que a IA terá um impacto positivo na sociedade.
A crescente relevância da IA reflete-se também na educação, com 63% dos entrevistados a defenderem que a disciplina de IA deve ser ensinada de forma independente nas escolas. Na China, esse número sobe para impressionantes 84%, enquanto em outras regiões, como os países ocidentais, a adesão a esta ideia é mais moderada, variando entre 50% e 64%.
No que diz respeito ao mercado de trabalho, 41% dos entrevistados na Alemanha já reconhecem a importância das competências em IA no seu emprego atual, e a tendência é global. Na Índia, 83% afirmam que já necessitam dessas competências para as suas funções profissionais. A maioria dos inquiridos (71%) acredita que as competências em IA serão “importantes” ou “muito importantes” no futuro.
Apesar do crescente reconhecimento da IA, a formação sobre o tema ainda não é suficiente. Cerca de 25% das pessoas já receberam algum tipo de formação em IA no local de trabalho, com destaque para a Índia (57%) e a China (38%). Em contrapartida, no Brasil e na França, os números são significativamente mais baixos (14% e 15%, respetivamente). A Bosch, por exemplo, já formou mais de 65.000 colaboradores em IA, oferecendo cursos de formação online para todos os seus trabalhadores.
Embora a maioria dos entrevistados reconheça a relevância da IA, muitos sentem alguma preocupação em relação ao impacto da tecnologia no mercado de trabalho. Cerca de 49% dos inquiridos acreditam que a IA representa um risco para a segurança do emprego, enquanto 51% não veem a tecnologia como uma ameaça imediata.
“Profissionais em todo o mundo terão que se adaptar à inteligência artificial, uma vez que será uma competência essencial e complementar na vida profissional”, afirma Tanja Rueckert. “A IA generativa afetará a forma como aprendemos, trabalhamos e colaboramos – trazendo mudanças significativas nos fluxos de trabalho e processos nas empresas”, acrescenta.