Primeira instalação de criopreservação do mundo quer desbloquear a imortalidade
Consegue imaginar um futuro em que as doenças terminais possam ser temporariamente interrompidas, à espera do desenvolvimento de potenciais curas? Este é o desafio da ‘TimeShift’, a primeira instalação de criopreservação do mundo, que procura tornar o impossível – prolongar a vida humana – numa realidade.
A intenção da empresa é disponibilizar um meio de congelar ou preservar os corpos de doentes terminais e, desta forma, mitigar a progressão de doenças neurodegenerativas e cancros agressivos – e potencialmente permitir que os especialistas desenvolvam uma cura.
A criopreservação poderá permitir à humanidade hibernar durante desastres extremos – com a esperança de despertar num mundo mais hospitaleiro. Desde que a própria instalação de criopreservação sobreviva à ira da natureza.
Introducing TimeShift, the World’s First Cryopreservation Facility 🤯
👉🏻 Designed to extend human lifespans while preserving biological integrity, TimeShift not only envisions a future where terminal illnesses can be paused until cures are found, but also where life is preserved… pic.twitter.com/RRBtvch2oU— Franco Ronconi 🇮🇹 (@FrRonconi) January 8, 2025
Este conceito audacioso, digno de um filme de ficção científica, foi apresentado por Alex Zhavoronkov, cientista generativo de IA e investigador anti-envelhecimento, e Hashem Al-Ghaili, um biólogo molecular e comunicador científico. “O ‘TimeShift’ utiliza um processo inovador para congelar o corpo humano e os tecidos biológicos, ultrapassando as limitações dos métodos tradicionais de criopreservação que dependem de tecnologias ultrapassadas”, referiu Al-Ghaili, em comunicado.
“Os procedimentos convencionais são normalmente realizados após a morte. No entanto, o protocolo avançado do ‘TimeShift’ foi concebido para preservar indivíduos vivos – como doentes oncológicos – utilizando um processo de animação suspensa de várias etapas cuidadosamente estruturado”, acrescentou.
Segundo a ‘TimeShift’, em causa está um sofisticado processo de criopreservação. É utilizada uma combinação única de gases, crioprotetores e campos eletromagnéticos para minimizar a formação de cristais de gelo durante o processo de arrefecimento. Isto é crucial para preservar a integridade celular. Para preservação a longo prazo, os corpos serão armazenados em criópodes pressurizados mantidos a uma temperatura de -196°C.
Além disso, os sistemas de IA permitiriam a monitorização contínua dos sinais vitais e manteriam as condições ideais dentro dos criópodes, garantindo a estabilidade a longo prazo e minimizando a degradação. “Esta inovação oferece uma nova fronteira na extensão da vida e satisfaz a crescente procura de criopreservação, especialmente entre os doentes que procuram superar condições terminais com futuros avanços médicos. O ‘TimeShift’ oferece não só uma oportunidade de prolongar a vida, mas também a oportunidade de despertar e experimentar as extraordinárias tecnologias de amanhã”, acrescentou Al-Ghaili.
Curiosamente, a IA poderia permitir que um ‘avatar’ do indivíduo congelado interagisse com os seus entes queridos. “Ao combinar IA e criopreservação, estamos a tornar possível que as famílias permaneçam próximas, mesmo ao longo de décadas”, disse Al-Ghaili.
De acordo com Al-Ghaili e Zhavoronkov, esta instalação avançada de criopreservação tem aplicações para além dos humanos, incluindo a preservação de animais de estimação, órgãos e espécies ameaçadas. “Esta nova capacidade terá impacto em todos os setores, desde a biomedicina ao financeiro, e tornar-se-á um dos elementos-chave dos projetos imobiliários de próxima geração dedicados ao avanço da biotecnologia da longevidade”, concluiu Zhavoronkov.