Presidenciais: Abstenção pode atingir valores recordes

As eleições presidenciais de 2020 estão à porta, mas este ano, em plena pandemia da Covid-19, os especialistas estimam que se atinja o nível mais elevado de abstenção de sempre, ultrapassando as tendências normais dos últimos anos, de acordo com o ‘Expresso’.

Para Pedro Magalhães, responsável pelas sondagens ISCTE/ICS, o facto de estas eleições acontecerem em circunstâncias muito diferentes e com «características específicas de umas presidenciais com vencedor antecipado», escreve o jornal, fazem antecipar uma abstenção «estrondosa».

«Se a abstenção for muito alta, os políticos vão dizer que é por causa da pandemia» refere o responsável sublinhando que tal não passa de uma desculpa, porque «as razões são mais profundas e mostram que algo não está bem», alertou citado pelo ‘Expresso’.

Segundo a mesma publicação, as tendências dos últimos anos mostram que «sempre que o que está em causa é a reeleição de um Presidente, a abstenção aumenta», a única exceção a esta facto foi Ramalho Eanes, de resto em todos os outros confirmou-se.

Perante este cenário, o atual Presidente da República já falou na possibilidade de os níveis de abstenção atingirem os 80% no próximo dia 24 de janeiro, «uma abstenção de 70%, 75% ou 80% prejudica o Presidente vencedor e prejudica a democracia», disse esta semana numa entrevista ao podcast de Daniel Oliveira, do ‘Expresso’.

Pedro Magalhães prevê que os números não sejam muito diferentes dos mencionados por Marcelo. Contudo, adianta com cautela que «este é um exercício especulativo», uma vez que «ninguém sabe». Ainda assim admite que a previsão do politólogo Carlos Jalali ao ‘Público’ de uma abstenção a atingir os 75%,  «não é completamente desinformada».