Preços de ativos considerados seguros sobem devido à guerra em Israel

Os preços dos ativos considerados portos seguros, como a dívida dos países mais solventes, o dólar e o ouro, recuperaram nos mercados depois dos ataques do grupo palestiniano Hamas contra Israel.

No mercado obrigacionista, o rendimento da obrigação alemã a 10 anos, considerada a mais solvente, desce cerca de 1,7% para 2,8%.

Os rendimentos das obrigações estão a evoluir em sentido contrário ao do seu preço.

O conflito entre Israel e o Hamas aumentou a procura de obrigações do Tesouro de países com economias fortes, o que fez subir o seu preço e, consequentemente, fez baixar o seu rendimento.

Os mercados obrigacionistas americanos estão encerrados hoje devido às celebrações do Dia de Colombo nos EUA.

No mercado cambial, o dólar norte-americano recuperou face ao euro, à libra e ao iene.

O preço do ouro está a subir cerca de 1% e aproxima-se dos 1.864 dólares por onça.

De acordo com os analistas do Bankinter, citados pela Efe, o conflito entre Israel e o Hamas “é um acontecimento geopolítico de primeira ordem mas, de momento, de segunda ordem para o mercado”.

No entanto, acrescentam no seu relatório, tudo dependerá “da sua evolução nos próximos dias ou semanas”.

A curto prazo, os analistas do Bankinter esperam um impacto positivo nos preços das obrigações (negativo na rentabilidade) e nas cotações das ações das empresas petrolíferas e de defesa.

As empresas petrolíferas estão hoje a subir na bolsa devido ao aumento dos preços do petróleo bruto e do gás natural.

O Brent e o West Texas Intermediate (WTI), referências na Europa e nos EUA, respetivamente, estão a subir mais de 2% (2,5% para o Brent e 2,8% para o WTI).

Na semana passada, os preços do petróleo caíram devido aos receios de um abrandamento económico mundial e à possibilidade de a OPEP e outros grandes exportadores não manterem os cortes de produção no próximo ano.

O preço do gás natural para entrega a um mês no mercado de referência europeu TTF, nos Países Baixos, subiu quase 12%, para quase 41 euros por megawatt-hora.

Na semana passada, o gás natural passou de 39 euros para 36,6 euros, devido às elevadas temperaturas registadas na Europa e à previsão de que se manterão amenas durante o outono, o que reduziu a procura.