Preço do arroz dispara 50% num ano e bate recordes da crise alimentar de 2008
A produção de arroz enfrenta a ameaça de uma má colheita, devido ao tempo seco, e com os preços em crescimento há um ano, no acumulado tendo já subido 50%, para 648 dólares a tonelada. O valor é o mais alto desde outubro de 2008 e atinge recordes alcançados durante a crise alimentar que se veio a verificar a partir desse ano.
Num 2008 de máximos históricos no preço do petróleo, os efeitos cedo se começaram a revelar em países produtores de cereais, como o México, Egito, Tailândia, Vietname, Índia ou China, e logo depois aos consumidores. No casso do arroz, foi um dos bens alimentares mais afetados, subindo 76%, de acordo com dados da FAO citados pelo Jornal de Negócios, entre dezembro de 2007 e abril de 2008.
Com o peso do preços dos alimentos a ser cada vez maior na fatura das famílias, foram originando-se tumultos um pouco por todo o mundo, em resposta ao aumento do preço dos cereais: Índia, Egito, Vietname e China cortaram nas exportações de arroz e depressa se viram, nos EUA e no Reino Unido, as prateleiras vazias nos supermercados. Em Itália, a crise alimentar deu origem à ‘pasta strike’, no México aos ‘motins da tortilha’ e assim por diante, afetando mais de 30 países.
Agora, e com uma crise alimentar já vaticinada pela ONU, com o fim do acordo dos cereais, os preços do arroz atingiram, na semana passada os máximos do ano de 2008. O tempo seco tem dificultado a produção na Tailândia e o arroz branco tailandês 5% partido, referência na Ásia, atingiu mesmo os 648 dólares por tonelada. O país, que é o segundo maior exportador, já começou a limitar as exportações.
O alimento é essencial na vida de milhares de melhores de pessoas em África e na Ásia, temendo-se que esta subida de preço venha agravar a pressão da inflação, e voltar a carregar as faturas dos consumidores.
Na Tailândia, as autoridades estão também a incentivar os agricultores a virarem-se para outras culturas que não necessitem de tanta água, de forma a fazer frente aos efeitos da seca no país.