Portugueses recorrem mais ao Aliexpress e Shein para comprar presentes para o Natal

Apesar da resiliência dos consumidores ao longo de quatro anos de incerteza económica, a inflação e os problemas nas cadeias de abastecimento começam a ter um impacto significativo nas decisões de compra, numa altura em que nos aproximamos da temporada de compras de fim de ano, que inclui a Black Friday, Cyber Monday e as compras de Natal.

Neste contexto, as aplicações de compras chinesas, como Aliexpress, Shein e Temu, devem conquistar uma quota de mercado substancial, uma vez que os consumidores estão a priorizar os preços baixos. A Salesforce estima que estas plataformas poderão capturar até 160 mil milhões de dólares em comércio eletrónico fora da China. Por outro lado, os custos de envio para curtas e médias distâncias estão a aumentar, o que reduz as margens das marcas. A empresa prevê que as marcas e retalhistas gastarão 197 mil milhões de dólares em despesas de envio, representando um aumento de 97% em relação ao ano anterior.

Além disso, os consumidores estão a adotar cada vez mais a inteligência artificial na procura pelo presente perfeito, com a Salesforce a antecipar que a pesquisa assistida por IA gerará uma taxa de conversão quase três vezes superior à dos métodos tradicionais de pesquisa.

A Black Friday está a transformar-se na Cyber Friday, com dois terços dos consumidores a planearem adiar as compras até à Cyber Week, em busca de melhores ofertas. Espera-se que 72% dos compradores prefiram fazer compras online neste dia.

Por último, as marcas estão a concentrar-se em reter consumidores fiéis para mitigar os altos custos de marketing digital. A pesquisa da Salesforce revela que 63% dos compradores tende a comprar mais em lojas que oferecem programas de fidelização. A análise indica ainda que 37% dos consumidores globais estão a utilizar mais cartões de crédito em comparação com o ano passado, e 43% afirmam ter mais dívidas, levantando preocupações sobre o impacto da inflação nas escolhas de compra.