
Portugueses enfrentam menos dificuldades financeiras, mas preocupações persistem, revela barómetro
A edição de 2024 do Barómetro DECO PROteste, hoje divulgado, revela uma ligeira melhoria na situação financeira das famílias portuguesas, com menos dificuldades reportadas em relação a anos anteriores. No entanto, a maioria continua a enfrentar desafios significativos para pagar as suas contas, e as perspetivas para 2025 indicam uma previsão de queda do poder económico.
De acordo com os dados agora divulgados, 69% dos 5.700 inquiridos continuam a ter dificuldades para cumprir as suas obrigações financeiras, enquanto 11% afirmam estar numa situação de sufoco económico. Apesar destes números, o estudo indica que houve um ligeiro alívio em comparação com 2023, o que pode estar relacionado com a descida das taxas de juro e a redução do custo dos transportes.
O índice registado em 2024 é o mais elevado nos sete anos do barómetro, com exceção do período da pandemia, em 2020. Apesar disso, Portugal continua entre os países analisados com um dos menores índices de bem-estar financeiro, sublinhando a necessidade de políticas que possam aproximar o nível de vida dos portugueses ao dos seus parceiros europeus.
Habitação e dificuldades regionais
As despesas com habitação continuam a ser o maior peso no orçamento das famílias, sendo um dos principais fatores para o aperto financeiro sentido pelos portugueses. A análise revela ainda disparidades significativas entre regiões: enquanto o Centro do país e a Madeira apresentam os maiores níveis de dificuldades, Beja emerge como o distrito onde as famílias registam um maior desafogo económico.
Poupança ainda é um desafio
O estudo destaca também a fragilidade dos níveis de poupança em Portugal. Para 67% da população, poupar continua a ser um desafio inatingível ou extremamente difícil. Estes resultados reforçam a necessidade de medidas que incentivem a educação financeira e criem condições para uma maior estabilidade económica das famílias.
Perspetivas para 2025
A incerteza económica continua a marcar o futuro dos portugueses. Apenas um quinto dos inquiridos acredita que a sua situação financeira melhorará em 2025, uma previsão que reflete o receio de uma nova queda do poder de compra.
Necessidade de medidas urgentes
Face aos resultados do barómetro, a DECO PROteste reitera a importância de garantir o acesso equitativo a bens e serviços essenciais a preços justos e acessíveis. A associação sublinha ainda a urgência de implementar medidas de proteção aos consumidores mais vulneráveis, promovendo uma maior justiça social e igualdade de oportunidades no país.
O estudo é publicado na semana em que se celebra o Dia Mundial dos Direitos do Consumidor, que ocorre a 15 de março, reforçando a pertinência de aprofundar o debate sobre o bem-estar financeiro das famílias portuguesas e o papel das políticas públicas neste contexto.