Polónia incentiva migrantes irregulares a considerarem regressar dos EUA
O primeiro-ministro da Polónia incentivou hoje os imigrantes polacos residentes nos Estados Unidos, nomeadamente aqueles que estão em situação irregular, a considerarem o regresso ao país, na sequência do anúncio do presidente americano, Donald Trump, sobre deportações em massa.
“Todos os polacos serão sempre muito bem recebidos” na Polónia, onde todos poderão “encontrar os seus Estados Unidos”, garantiu Donald Tusk, assegurando que o país está “preparado para qualquer eventualidade”.
O chefe do Governo polaco afirmou ter dado recentemente orientações ao Ministério dos Negócios Estrangeiros para que os consulados polacos nos Estados Unidos da América (EUA) se preparassem para as consequências das decisões da nova administração americana liderada pelo republicano Donald Trump, que poderão vir a afetar os cidadãos polacos que trabalham ou residem no território “sob diferentes estatutos e com diferentes níveis de legalidade”.
Durante o seu discurso de tomada de posse na segunda-feira, em Washington, Trump garantiu que irá expulsar “milhões e milhões” de imigrantes ilegais, um dos principais focos da sua campanha eleitoral.
No mesmo discurso, o novo presidente americano prometeu ainda endurecer a luta contra a entrada de imigrantes ilegais e a deportação imediata de quem tentar entrar sem cumprir os requisitos para permanecer em território dos EUA.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros polaco referiu num comunicado que, à exceção dos cidadãos que renunciaram explicitamente à sua cidadania, “todos os polacos têm direito a um passaporte polaco, a serem repatriados e a estabelecerem-se livremente na Polónia”.
O diário polaco ‘Gazeta Wyborcza’ indicou que cerca de 50 mil polacos estavam a viver ilegalmente nos Estados Unidos em 2016, um decréscimo face aos 100 mil que viviam no país em 2010.
De acordo com fontes governamentais em Varsóvia, cerca de dez milhões de americanos têm origem polaca.