Petróleo sobe até 15% em três dias e Goldman prevê escalada de preços em 2021

O petróleo tem sido um dos grandes beneficiários das esperanças geradas pelas vacinas contra o coronavírus. Um barril de Brent disparou até 15% em três dias, e os analistas do Goldman Sachs veem um novo ciclo de aumento dos preços nas suas previsões para 2021.

Em semana e meia, o preço do petróleo passou dos mínimos de maio para níveis superiores a mais de dois meses, noticia o ‘Expansion’, dando conta de que, nesse período, a recuperação ultrapassa 25%, passando de 35 dólares a 45 dólares protagonizado por um barril de Brent hoje.

Esta semana, até agora, desde que a farmacêutica Pfizer anunciou os resultados da sua vacina contra o coronavírus, o barril de Brent acumula já uma subida de até 15% .

As esperanças geradas pelas vacinas dão asas a aumentos nos mercados cíclicos que têm sendo especialmente punidos desde o início da pandemia, como o do petróleo. No início deste mês, o Brent caiu para 35 dólares face ao receio do impacto sobre a procura de petróleo que as crescentes medidas de contenção decretadas na Europa podem ter.

Mas os avanços nas vacinas permitem vislumbrar um antídoto para o coronavírus e aceleram as expectativas de recuperação da procura a médio e longo prazo, assim as restrições sejam reduzidas.

A queda mais acentuada do que a esperada nos dados de stocks semanais de petróleo nos EUA contribui para aumentar a taxa de aumento do preço do petróleo. Na semana passada, os stocks caíram 5,1 milhões de barris, número que supera em muito as previsões dos analistas, que previam um corte de menos de um milhão de barris.

O novo cenário de médio e longo prazo imposto pelo desenvolvimento de vacinas convida as firmas os investidores a reverem as suas perspetivas para 2021.

No cado dos analistas do UBS, estimam o barril de Brent no final de 2021 a 60 dólares, impulsionado pela recuperação da procura e contenção da oferta.

Já o Goldman Sachs, especialista no mercado de commodities, vai mais além e contempla nas suas projeções para 2021 um “ novo ciclo de alta das commodities ”, incluindo o petróleo.

A empresa norte-americana sustenta que o “ajuste agressivo” dos preços do petróleo, até que caíram para mínimos em maio, contrasta com as restrições menos severas que os países europeus adotaram neste momento.

A persistência nos meses anteriores de preços baixos do petróleo, acrescenta ainda, desacelera ainda mais a oferta, e essa paralisação de parte da indústria (principalmente a do ‘shale oil’ dos EUA) e a escassez de investimentos no setor atrasarão o aumento da produção no momento em que os efeitos das vacinas começarem a acelerar a recuperação da procura por petróleo bruto.

O Goldman Sachs estima que o barril do Brent venha a fechar 2021 perto dos 65 dólares, cerca de 50% acima do nível em que fechou a sessão de ontem.