Pensionistas americanos ainda esperam o carteiro. Trump enviou dezenas de cheques por engano para a Áustria

A administração Trump emitiu 80 milhões de cheques, destinados principalmente aos reformados, como medida de apoio e ajuda no aliviar das dificuldades económicas causadas pela pandemia. Mas, por erro, dezenas de austríacos estão a receber esses cheques.

“Estávamos a regressar de férias e na caixa de correio estava a carta. O remetente era o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos”, diz Manfred Barnreiter em declarações ao jornal espanhol ABC. Dentro do envelope, encontrou um cheque de 1015 euros (1200 dólares). “Pagamento de Impacto Económico do Presidente Donald J. Trump”, estava em papel timbrado no cheque.

Dezenas de pessoas receberam estes cheques, aparentemente devido a um erro de escrita. Bancos não consideram que o dinheiro possa ser devolvido, por causa do elevado custo que envolveria tal operação.

Manfred, agora reformado, passou três anos nos Estados Unidos, depois de terminar os estudos, e deverá ter deixado algum “rasto administrativo” que desencadeou o envio do cheque. “Foi no início da década de 1950, nem sequer guardo papéis ou documentos dessa época, livrei-me de tudo em mudanças”, estranha.

E conta que a administração Trump não só lhe enviou um cheque, mas também outro à sua esposa. “Estávamos a pensar no que fazer, mas no dia seguinte fomos ao banco e descontamos os cheques sem qualquer problema”, explica, “ainda não ousamos gastar o dinheiro, no caso de nos pedirem para o devolver, mas já temos um par de planos”.

Dias mais tarde, chegou uma carta do Secretário de Estado norte-americano a explicar o motivo do cheque, mas não continha qualquer reclamação. Explicou que cada trabalhador nos Estados Unidos, com um salário inferior a 63.353 euros (75.000 dólares) por ano, recebeu um destes benefícios, além de 422 euros (500 dólares) por cada criança, sempre com o objectivo de aliviar os efeitos económicos da pandemia.

De acordo com dois bancos regionais austríacos, mais de 100 cheques deste tipo foram recebidos e descontados só no estado federal da Alta Áustria a oeste de Viena.

Paul Kaiser, o porta-voz de um banco regional na Alta Áustria, disse ao canal de televisão austríaco ORF que, embora seja possível que o governo americano reclame o dinheiro de volta, é improvável que o faça devido aos elevados custos envolvidos.

Os bancos austríacos, por sua vez, estão a descontar os cheques como válidos sem qualquer problema.