“Peço desculpa, não sou daqueles políticos que perante um problema vão a correr apresentar um plano”: Montenegro defende que Governo “fez o que lhe competia” nos tumultos nos bairros

Luís Montenegro garantiu, esta terça-feira, que “não tem prevista” qualquer visita aos bairros palcos de tumultos na sequência da morte de Odair Moniz, afastando as críticas da oposição sobre a sua ausência. “Nem sinto que haja uma questão com isso”, reforçou, salientando que “o senhor Presidente da República teve ocasião de comunicar que ia fazer uma visita e disse que achava muito bem que a fizesse”.

“Peço desculpa, não sou daqueles políticos que perante um problema vão a correr apresentar um plano. O plano está em execução desde o primeiro dia do Governo”, garantiu o primeiro-ministro, à margem da tomada de posse do Conselho Nacional de Ciência, em Lisboa. “O plano que temos para Portugal que integra as pessoas que vivem mais precariamente na habitação e que têm mais dificuldade no dia a dia para encontrar um emprego. Estamos a trabalhar nisso, com certeza trabalhamos com as pessoas que vivem nestes bairros e expressaram a sua indignação. Falámos com elas, com os representantes das respetivas associações. Mas não acho que ajude que tenhamos de ir à pressa fazer um plano só porque houve um problema.”

“O Governo fez o que lhe competia: para lá de todo o contacto com os órgãos de soberania, falou com as autarquias locais e com as comunidades dos bairros onde ocorreram fenómenos violentos. O que seguiremos são políticas sociais, políticas económicas, no âmbito da imigração, que se possam conjugar em mais oportunidades para as pessoas terem bons percursos de vida”, frisou o líder do Governo, afastando as críticas da oposição.

“Podem fazer muitas críticas, e seguramente não faltarão motivos que suscitem comentários por parte da oposição. Agora dificuldades em andar no terreno, sinceramente, não percebo muito bem. Modéstia à parte, não há política no ativo que esteve nos 308 municípios do país, incluindo em bairros com problemas de integração de comunidades imigrantes. Tive ocasião de o fazer nos últimos dois anos e meio e vou continuar a fazê-lo”, garantiu Montenegro.

“Há necessidade de garantir que estes fenómenos não se repetem. Quero dizer aos portugueses que não passámos a ser um país inseguro e que tem todos os seus problemas resolvidos”, concluiu, garantindo que mantém a confiança na ministra da Administração Interna, Margarida Blasco.






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