Patrões do Minho defendem aposta do país na estabilidade política, na diversificação económica e no apoio aos setores em dificuldade
A AEMinho – Associação Empresarial do Minho, analisou recentemente o relatório económico da PWC referente ao segundo trimestre de 2024, e emitiu uma série de observações que refletem preocupações e recomendações para o futuro económico do país.
De acordo com a AEMinho, o segundo trimestre de 2024 mostrou sinais de abrandamento na economia, apesar das previsões iniciais de crescimento para o ano se manterem. A associação destaca um aumento no índice de confiança dos consumidores, mas também um decréscimo no indicador de clima económico, sugerindo um ambiente de incerteza e expectativa.
Neste contexto, a AEMinho reforça o apelo por estabilidade política e responsabilidade por parte dos agentes políticos, de modo a fomentar um aumento da confiança dos investidores.
O setor do turismo, como esperado, registou um crescimento significativo, impulsionado pela época do ano, contribuindo de forma relevante para a economia nacional. No entanto, a AEMinho alerta que o turismo, apesar de seu impacto positivo, não deve ser visto como a principal base da economia do país.
A associação defende a necessidade de diversificar os setores de atividade, promovendo uma economia que crie valor estrutural e assegure a sustentabilidade e o crescimento a longo prazo. Nesse sentido, a AEMinho vê os resultados do turismo com bons olhos, mas enfatiza a importância de investir em outras áreas económicas.
A AEMinho também expressa preocupações com a queda nos valores da indústria transformadora, especialmente nos setores têxtil e de calçado, que enfrentam problemas significativos com potenciais consequências sociais e económicas. A associação destaca que estas indústrias, que representam uma parte importante dos seus associados, podem ser fortalecidas através de diplomacia económica.
Assim, os patrões do Minho apelam ao governo para que priorize acordos comerciais que eliminem barreiras alfandegárias e reduzam a burocracia, fatores frequentemente impeditivos à exportação. Embora alguns desses desafios sejam de âmbito europeu, a associação acredita que o governo deve exercer pressão para encontrar soluções.
Como uma associação multissetorial, a AEMinho compromete-se a promover reuniões com associações setoriais do têxtil e do calçado, procurando formas de colaborar e contribuir para a inversão da atual tendência negativa nesses setores.
A AEMinho conclui que, para garantir um crescimento económico sustentável e duradouro, é essencial que o país aposte na estabilidade política, na diversificação económica e no apoio aos setores em dificuldade.
“Este contexto global traçado pela PWC, remete-nos para uma atitude positiva, mas cautelosa e expõe a necessidade de encontrar consensos em matérias estruturais, imunes aos ciclos políticos, para criarmos uma tendência claramente ascendente e sustentada de crescimento da nossa economia. Estamos expectantes com o segundo semestre do ano e iremos tentar contribuir de forma efetiva e concreta para garantir esse futuro estável, previsível e tendencialmente de crescimento, essencial para o país. Reiteramos o nosso compromisso de foco no crescimento, de trazer ao debate a questão da produtividade que impacta diretamente a qualidade de vida dos trabalhadores e o crescimento da economia. As empresas portuguesas têm de crescer, a economia tem de crescer e esse deve ser o foco de todos.”, refere Ramiro Brito, Presidente da AEMINHO.