Paris aperta o cerco aos veículos poluentes
A cidade de Paris prepara-se para apertar o cerco aos veículos poluentes, com a autarca parisiense, Anne Hidalgo a começar por impor já neste Verão uma proibição da circulação de veículos poluentes na capital gaulesa.
No final de Janeiro, Hidalgo detalhou o seu plano para retirar de Paris os veículos Diesel e mais poluentes da cidade de que é presidente da câmara, apontando para o dia 1 de Julho como o do início da proibição de circulação de automóveis desse género no interior da cidade.
Os primeiros modelos a serem ‘afastados’ do centro da cidade serão os ligeiros de passageiros registados até 31 de Dezembro de 1996, comerciais ligeiros/superiores a 3,5 toneladas registados antes de 30 de Setembro de 1997 e autocarros e camiões registados antes de 30 de Setembro de 2001.
Em entrevista ao Le Monde, a autarca de Paris referiu que “vamos colocar em prárica uma ‘zona de baixas emissões’ na qual vamos progressivamente interditar o acesso aos veículos poluentes, tanto Diesel como a gasolina. Espero que a partir de 1 de Julho de 2016, apoiando-nos na lei de transição energética, essa interdição se aplique a todos os veículos mais poluentes”.
O perímetro de aplicação para essa zona continua em discussão com o governo francês, embora seja certo que as zonas limítrofes da cidade estarão isentas dessa restrição. Também nessa entrevista ao Le Monde, Hidalgo deixou bem vincada a ideia de que não vai ceder naquilo que considera essencial, ou seja, a protecção da saúde dos habitantes da cidade, ainda que deixe a porta aberta para discutir o assunto com os construtores automóveis, reconhecendo que da parte destes existiu igualmente um enorme esforço tecnológico para tornar os novos motores Diesel mais eficientes e ecológicos.
O objectivo das autoridades locais é limitar progressivamente o acesso ao interior da cidade até 2020, momento em que apenas os ligeiros de passageiros registados a partir de 2011 serão permitidos, assim como motos registadas a partir de Julho de 2015.
Na ‘guerra’ aos Diesel e às emissões poluentes, o governo francês já havia aumentado os impostos sobre os modelos com motores a gasóleo, numa tentativa de dissuadir os clientes a adquirirem veículos movidos com aquele combustível.
As marcas automóveis, contudo, contestam, lembrando que têm feito grandes esforços no sentido de tornarem o Diesel num combustível mais limpo, como fez recentemente Carlos Ghosn, líder da Aliança Renault-Nissan, que discorda destas medidas.