Países da NATO do Mar Báltico reúnem-se hoje para discutir segurança na região devido à ameaça russa

A Finlândia vai acolher esta terça-feira uma cimeira dos países da NATO que fazem fronteira com o Mar Báltico para discutir a segurança na região, especialmente as medidas necessárias para proteger as infraestruturas subaquáticas críticas após os recentes incidentes.

A cimeira — que vai ser copresidida pelo presidente finlandês, Alexander Stubb, e pela primeira-ministra da Estónia, Kristen Michal, — irá discutir o reforço da presença da NATO no Mar Báltico e a resposta à ameaça representada pela frota russa.

Recorde-se que a NATO vai enviar dois navios para o Mar Báltico para intensificar a vigilância em resposta à alegada sabotagem de cabos submarinos nas últimas semanas, segundo informou na passada sexta-feira o governo finlandês.

As autoridades finlandesas estão a reter o navio ‘Eagle S’ desde o final de dezembro, suspeito de danificar o Estlink 2 — a infraestrutura elétrica que liga a Finlândia à Estónia — e outros cabos submarinos no Báltico.

“A NATO vai enviar dois navios para a área e aumentaremos a nossa presença também de outras formas. Não é possível monitorizar todas as infraestruturas, mas vamos utilizar várias medidas, e a presença da NATO tem um efeito calmante”, disse esta sexta-feira a ministra dos Negócios Estrangeiro da Finlândia, Elina Valtonen.

O petroleiro — registado nas Ilhas Cook e propriedade de uma empresa de navegação com sede no Dubai — está também a ser investigado por alegadamente contornar as sanções ocidentais contra as exportações de petróleo russo, uma vez que é suspeito de pertencer à chamada “frota-sombra russa”.

“A Finlândia há muito que se preocupa com os riscos ambientais e de segurança marítima representados pela frota fantasma da Rússia. É evidente que esta frota é uma ameaça à infraestrutura submarina crítica”, explicou Valtonen, acrescentando que o seu governo vai intensificar as inspeções às embarcações que navegam no Báltico, especialmente as que se movimentam ou agem de forma suspeita.