Ouro acima dos 1.800 dólares pela primeira vez desde 2011
Os contratos futuros de ouro subiram acima de 1.800 dólares a onça pela primeira vez em oito anos, ‘à boleia’ das baixas taxas de juros e de um ressurgimento de casos de coronavírus que se estão a revelar fortes impulsos para a procura do tradicional metal ‘refúgio’ em tempos de crise, noticia a ‘Bloomberg’.
O ‘Bullion’ (barra de ouro) está assim a caminhar para o seu melhor trimestre desde o início de 2016, beneficiando dos estímulos económicos da Federal Reserve dos Estados Unidos (Fed) e de outros bancos centrais, bem como do pico de tensão oriundo dos atritos comerciais entre os EUA e a China, a que acresce a renovada preocupação com as consequências económicas da pandemia do novo coronavírus.
Neste contexto, os investidores continuam a refugiar-se em fundos negociados em bolsa, nos quais assumem hoje em dia participações recorde.
“O nível de 1.800 dólares é um obstáculo psicológico”, defende Howie Lee, economista do Oversea-Chinese Banking, em Singapura, chamando a atenção para o facto de serem as “baixas taxas de juros, as políticas monetárias e o coronavírus que estão em jogo”.
Segundo a ‘Bloomberg’, o ouro para entrega em agosto subiu 1,3%, para 1.804 dólares a onça, em Nova Iorque, o valor mais alto para um contrato ativo desde novembro de 2011. A mudança estende o avanço deste ano para mais de 18% e marca uma fuga de uma faixa de negociação de meses.
O ouro atingiu o recorde histórico em setembro de 2011, com os futuros subindo para 1.923,70 dólares.
As estimativas do Goldman Sachs Group apontam para um cenário em que o ouro pode subir para um recorde de 2 mil dólares a onça nos próximos 12 meses, e a par, o JPMorgan Chase & Co. vai recomendando aos investidores que mantenham aposta no ouro.