Ou voltam aos escritórios, ou são despedidos: Grandes empresas querem trabalhadores novamente debaixo do seu teto

O teletrabalho, que se consolidou como uma norma durante a pandemia, está a ser progressivamente abandonado por muitas das maiores empresas dos EUA. O fenómeno, denominado RTO (Return to Office), é cada vez mais uma realidade, com um número crescente de patrões a exigir que os seus colaboradores voltem ao escritório.

Embora o trabalho remoto tenha sido uma das principais conquistas da pandemia para milhões de trabalhadores, nem todos os empregadores estão dispostos a manter essa flexibilidade a longo prazo. Segundo dados recentes, cerca de 32% das empresas nos EUA estão a exigir que os seus funcionários regressem ao escritório a tempo inteiro. E o movimento parece estar a intensificar-se: entre julho e dezembro de 2024, a percentagem de patrões que exigem a presença no escritório, pelo menos três vezes por semana, aumentou de 19% para 28%, revela a ‘Axios’.

Grandes empresas estão na frente dessa mudança. Na Amazon, AT&T, Dell, X, Boeing e JPMorgan, o regresso ao escritório tornou-se obrigatório, com algumas dessas empresas já a exigir o trabalho presencial há dois ou três anos. Empresas como a Salesforce e a Disney têm exigido que os seus funcionários se apresentem no escritório quatro vezes por semana, enquanto na Apple e na Meta a exigência diminui para três vezes por semana.

A Google também tentou implementar uma política de regresso parcial, com a exigência de três dias presenciais, mas a medida não foi totalmente bem recebida pelos trabalhadores, que ignoraram a recomendação, mesmo cientes de que poderiam ser penalizados.

A situação mais extrema pode ser vista na IBM e na Snap, onde os trabalhadores sabem que, se não cumprirem a exigência mínima de três dias presenciais por semana, correm o risco de ser despedidos. Já na Tesla, a exigência é ainda mais rigorosa, com os colaboradores obrigados a cumprir um mínimo de 40 horas semanais no escritório, sob pena de perderem o emprego.