Os maiores “falhanços” de 2020: as carreiras que foram por água abaixo

Embora tenha sido um ano de oportunidade para alguns negócios, 2020 foi duro para muitos outros. Houve dificuldades, surpresas e polémicas no mundo corporativo, parte delas associadas à pandemia de COVID-19 mas nem todas. A Forbes reuniu aqueles que considera ser os maiores “falhanços” dos empresários ao longo dos últimos 12 meses, colocando o foco numa perspectiva de carreira (e não de resultados das empresas, por exemplo).

Por ordem alfabética, eis a lista da Forbes relativamente aos principais colapsos profissionais de 2020:

Greg Glassman

O fundador e CEO da CrossFit despediu-se em Junho depois de o áudio de uma conversa de Zoom ter sido publicado pelo BuzzFeed News. Na conversa disponibilizada online, Greg Glassman afirma não estar de luto pela morte de George Floyd – que tinha morrido às mãos da polícia norte-americana no mês anterior. Na mesma reunião, o responsável aponta ainda para uma teoria da conspiração, segundo a qual George Floyd faria parte de um esquema de lavagem de dinheiro e deixa claro que o racismo e o abuso de força por parte da polícia não são problemas sistémicos.

Greg Glassman pediu desculpa pelas suas palavras mas garantiu que tinha sido apenas um erro, não racismo. Cerca de uma semana depois, nova polémica: o The New York Times publica uma investigação em que dá conta de várias acusações de assédio sexual e sexismo na CrossFit. Greg Glassman negou tudo, através de um porta-voz, e dias mais tarde vendeu a empresa a Eric Roza, antigo executivo da Oracle que já detinha um ginásio da marca CrossFit no estado do Colorado.

Rudy Giuliani

Rudy Giuliani já teve vários papéis. Fez parte do Ministério Público dos Estados Unidos da América, foi presidente da Câmara de Nova Iorque no pós-11 de Setembro e, mais recentemente, assumiu o cargo de advogado pessoal de Donald Trump. Segundo a Forbes, reuniu-se com um agente russo sem, alegadamente, ter qualquer ideia disso mesmo e integrou o elenco de “Borat Subsequente Moviefilm” – uma vez mais, sem intenção.

Na cena em que aparece no filme, o advogado parece estar numa posição comprometedora junto de uma actriz que se fazia passar por jornalista. Antes mesmo de o filme estrear, Rudy Giuliani recorreu ao Twitter para garantir que estava apenas a ajeitar a camisa nas calças depois de retirar o equipamento de gravação, assegurando que nunca foi inapropriado.

Já depois das eleições presidenciais, Rudy Giuliani dedica-se a tentar provar as teorias de fraude de Donald Trump, participando em várias conferências de imprensa. Numa delas, surge com aquilo que parece ser tinta de cabelo a escorrer pelo rosto. Já este mês, é infectado com COVID-19.

Ron Meyer

A vida profissional de Ron Meyer deu uma volta em Agosto, quando deixou o cargo de executive vice chairman da NBCUnivesal. Isto depois de anunciar que tinha fechado um acordo privado com uma mulher com quem tinha tido um caso extraconjugal há vários anos. Garantiu que terceiros tentavam extorquir-lhe dinheiro e que este era o caminho a seguir para evitar mais problemas.

Trevor Milton

Em Setembro, o fundador da Nikola demitiu-se do cargo de executive chairman e abandonou a administração da empresa dedicada ao desenvolvimento de camiões movidos a hidrogénio. Trevor Milton (na foto em cima) tomou esta decisão depois de ser alvo de acusações de fraude.

No início desse mês, a Forbes tinha avançado que um analista da Nikola acusava Trevor Milton de apresentar um retrato errado da empresa e das suas tecnologias antes de avançar com a entrada em bolsa. Afinal, a novidade disruptiva que a companhia prometia não existiria, embora a Nikola tenha negado as informações que vieram a público.

Trevor Milton foi também acusado de abuso sexual por duas mulheres, sendo que os incidentes terão ocorrido antes da criação da Nikola.

Adam Rapoport

Também na lista da Forbes dos maiores desastres em termos de carreira de 2020 consta o antigo editor in chief da revista Bon Appétit. No centro da polémica está George Floyd e a reacção do profissional aos protestos que tiveram origem na sua morte. Perante a postura de Adam Rapoport, começou a circular em Junho uma fotografia de Outubro de 2013 em que aparecia com a cara pintada de negro para o Halloween.

Adam Rapoport acabou por anunciar a sua demissão, admitindo (numa publicação entretanto apagada) que não tinha cumprido os seus deveres éticos à frente da Bon Appétit, às custas da revista, dos seus trabalhadores e leitores. «Todos merecem melhor.»

Jeffrey Toobin

A Forbes aponta ainda para o repórter da New Yorker que foi suspenso depois de, alegadamente, exibir-se de forma sexual durante uma reunião via Zoom com colegas e funcionários de uma estação de rádio de Nova Iorque. «Cometi um erro estúpido e embaraçoso, acreditando que estava fora do ângulo da câmara. Peço desculpa à minha mulher, família, amigos e colegas de trabalho», afirmou o jornalista após o incidente. Acabou por pedir uma licença sem vencimento à CNN, para a qual também trabalhava, sendo mais tarde despedido pela New Yorker.