Operação Pretoriano: Fernando Madureira pede para sair da prisão e poder ir à AG que vai decidir a sua expulsão do FC Porto
Fernando Madureira, antigo líder da claque Super Dragões, e a sua mulher, Sandra Madureira, apresentaram um requerimento ao tribunal para que lhes seja permitido comparecer na Assembleia-Geral (AG) do FC Porto, agendada para o próximo dia 18 de janeiro. O casal enfrenta a possibilidade de ser expulso como sócios do clube, enquanto Fernando Saul, antigo oficial de ligação aos adeptos, poderá ser suspenso por seis meses.
Fontes ligadas ao processo revelaram ao Público que é improvável que o pedido de Fernando Madureira seja aprovado. O tribunal tem manifestado em várias ocasiões uma forte convicção de que permitir a saída de prisão preventiva do arguido representa um risco. Além disso, a autorização exigiria uma operação de segurança significativa, dada a natureza do evento e o contexto do caso.
Ainda assim, o casal Madureira insiste em tentar exercer o direito de defesa, atendendo à convocatória do clube, que solicita que os sócios visados marquem presença na AG. A defesa apresentou um requerimento ao tribunal para permitir essa deslocação.
Se o pedido for recusado, Fernando e Sandra Madureira terão a ausência classificada como “falta justificada”. Neste cenário, os seus casos não serão discutidos na AG de 18 de janeiro. A análise das medidas disciplinares aplicáveis será adiada até que estejam legalmente aptos a participar num evento do clube.
Fernando Saul, por sua vez, não enfrenta restrições de liberdade impostas no âmbito da Operação Pretoriano. Assim, poderá estar presente na AG e apresentar a sua defesa contra a proposta de suspensão por seis meses, determinada pelo Conselho Fiscal e Disciplinar do FC Porto.
A Assembleia-Geral extraordinária de novembro de 2023 marcou o início da Operação Pretoriano, que investiga episódios de violência associados a membros da claque Super Dragões. O Ministério Público (MP) acusa Fernando Madureira, a mulher e outros elementos da claque de promoverem um ambiente de intimidação e medo, culminando em agressões a sócios do clube.
No total, 12 arguidos foram constituídos no processo, enfrentando acusações de 31 crimes, incluindo 19 de coação agravada, sete de ofensa à integridade física em contexto de eventos desportivos, três de atentado à liberdade de informação, um de instigação pública a um crime e outro de arremesso de objetos.