Operação Influencer: Ministério Público critica juiz e mantém tese que João Galamba é “o autor e mentor” do esquema de alegada corrupção
O Ministério Público acredita que João Galamba tenha sido o mentor do esquema de alegada corrupção que motivou a ‘Operação Influencer’: o recurso da decisão do juiz de instrução criminal Nuno Costa Dias, que determinou a libertação do ex-chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária, e o ‘melhor amigo’ de António Costa, Diogo Lacerda Machado, apontou que só “uma leitura apressada dos factos descritos no despacho de apresentação de arguido” justificou a decisão e que há indícios mais do que suficientes para os crimes de prevaricação e corrupção.
“O juiz incorreu em erro de apreciação quanto aos seguintes aspetos: na apreciação dos elementos típicos dos crimes em apreço e na qualificação jurídica, em abstrato, dos factos que eram descritos pelo MP; na apreciação da prova carreada para os autos e no juízo de indiciação desses factos; na apreciação dos perigos e exigências cautelares verificadas e nas medidas de coação demandadas”, relataram os procurados João Paulo Centeno, Hugo Neto e Ricardo Correia Lemos, no documento enviado ao Tribunal da Relação de Lisboa.
De acordo com os procuradores, é “cristalino” que João Galamba “não só atuou conluiado com os arguidos Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, da Start Campus, como foi, na verdade, o autor e verdadeiro mentor dos factos”.
As escutas efetuadas pelas autoridades mostraram, defendeu o Ministério Público, que “os responsáveis da Start Campus e Diogo Lacerda Machado pressionaram, através de Vítor Escária”, a ex-secretária de Estado da Energia, Ana Fontoura Gouveia, a tomar as decisões mais favoráveis ao investimento planeado para Sines.