O avião em que vai viajar está remendado com ‘fita-cola’? Saiba porque não há razões para preocupação

A visão não é a mais agradável e já muita gente a teve: entrar no avião ou olhar pela janela de uma aeronave e ver que uma das asas parece ter um ‘remendo’ com o que parece ser fita-cola prateada. É tudo menos reconfortante quando se vai começar uma viagem. Mas o que parece ser fita-cola comum, na realidade é um material com base em alumínio, conhecido como ‘speed tape’ (fita de velocidade, numa tradução livre em português).

O tema foi um dos mais falados nas redes sociais depois de um turista na Austrália mostrar-se preocupado pelo facto de uma das asas do avião da companhia Qantas onde seguia estar coberta pela tal fita.

A ‘speed tape’ é completamente segura para certos tipos de pequenas reparações em carros de corrida e em aviões, como explicam especialistas da Administração Federal de Aviação dos EUA ao Washington Post.

“Nunca vamos ver um pedaço de fita-cola que usamos em casa ou no jardim numa aeronave. Se está a ver uma fita, então é ‘speed tape’ e é muito, muito especificamente desenhada para a função que está a desempenhar”, esclarece John Nance, piloto e consultor de segurança.

Esta fita prateada é extremamente resistente, capaz de suportar ventos de mais de 965 km/h e eventos meteorológicos extremos, quando devidamente aplicada. Um dos fabricantes, a 3M, diz que a sua versão da ‘speed tape’ suporta entre -54ºC e 149ºC, e resistente a humidade, fogo, raios UV e químicos.

A fita é usada quando o desgaste causado pelos elementos põe a descoberto uma parte do avião. A aeronave continua a ser segura para voar, mas a companhia quer prevenir que ocorra um maior desgaste até reparar completamente a parte afetada. “Não é que esteja a segurar duas partes do avião. É como se fosse uma pele, mas não queremos que algo que já ‘descascou’ continue a ser desgastado”, clarifica John Nance.

A ‘speed tape’ é usada para “reparações e arranjos menores e temporários a danos não-estruturais dos componentes” da aeronave e cada companhia descreve os usos da fita nos manuais de manutenção, que têm de ser aprovados pelas autoridades aeronáuticas.

No caso que se tornou viral na Austrália, aparentemente com um Boeing 787, a aplicação da fita estará relacionada com um problema de tinta que, danificada pelos raios UV, começa a sair das asas do avião. A própria Boeing, que reconhece um problema de aderência da tinta em algumas aeronaves, recomenda como solução temporária o uso da ‘speed tape’.

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