“Nunca representei mal Portugal”: Costa admite ser “frustante” não continuar no Conselho Europeu

António Costa chegou hoje a Bruxelas para a primeira reunião do Conselho Europeu como primeiro-ministro em funções, após ter sido oficializada a demissão do Governo. Recusando estar “fragilizado”, o socialista sustentou que é “frustrante” voltar a ver interrompida uma legislatura, e agora deixar de representar Portugal.

Costa começou por afirmar, em declarações à SIC, que “em matéria de politica externa, o governo tem todas as competências que deve ter e, em matéria de política europeia, também”.

O primeiro-ministro assinalou que não será ainda o seu último Conselho Europeu, sublinhando que irá estar presente na reunião de março, mas assinalou dois pontos muito importantes no encontro desta semana: a questão do alargamento da União Europeia, e a revisão de médio-prazo do quadro financeiro plurianual.

“Acho que a Hungria tem bem a noção de que não se pode isolar totalmente do conjunto da União Europeia, e que era importante avançarmos relativamente à abertura das negociações com a Ucrânia”, disse Costa sobre a adesão do país à UE.

António Costa não deixou de mostrar algum descontentamento com o caso da Operação Influencer, e pelo impacto que teve, conduzindo à queda do Governo, e referiu que os líderes europeus estão ao corrente de “qual é a situação”, tendo trocado mensagens com alguns deles sobre o tema.

Costa recordou que “logo depois das primeiras audições” aos suspeitos, verificou-se que não havia “indícios dos crimes de corrupção e de prevaricação”, e sublinhou: “Não há nenhuma acusação formada contra mim”.

“É frustrante, enquanto primeiro-ministro em funções, ver pela segunda vez interrompida esta missão. Acho que, modéstia à parte, nunca representei mal Portugal, mas tenho a certeza de que quem me suceder vai continuar a representar Portugal ao melhor nível, e é isso que é fundamental”.

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