Número de escolas com Covid-19 é o triplo das que foram inicialmente confirmadas, diz Fenprof

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) revelou esta sexta-feira que afinal os número confirmados inicialmente pelo organismo são muito superiores, havendo, em vez de 1.071 escolas com casos de Covid-19 em Portugal, mais do que o triplo, quase três mil.

«Face ao blackout promovido pelo Ministério, estavam confirmadas situações de infeção em 1071 escolas (926 básicas e secundárias públicas do continente, 49 privadas, 20 do ensino superior, 51 da RA Madeira e 25 RA Açores)», revela o organismo num comunicado enviado às redações.

Contudo, segundo as informações agora enviadas por parte do Ministério da Educação, «verifica-se que esse número ascende, afinal, a 2933, referindo-se, apenas, a escolas públicas do continente e sem incluir o ensino superior», alerta a Fenprof.

«Se tivermos em conta o último número de escolas divulgado pela DGEEC/ME, o total de estabelecimentos públicos do continente é 5568, o que significa que houve casos de infeção em mais de metade deles», sublinha o organismo na mesma nota.

O organismo esclarece que os dados «agora conhecidos indicia que o número de surtos foi bem superior a apenas algumas dezenas, como foi repetido pela Direção-Geral da Saúde, embora este último número não possa ser confirmado pela lista recebida, pois não refere, como se solicitou, quantos casos houve por escola».

«Demonstra-se, no entanto, pelo elevado número de escolas, que a pandemia não lhes passou ao lado, ao contrário do que foi o discurso oficial, meses a fio, e que o seu funcionamento foi um importante fator de propagação, o que vários estudos já indiciavam e também parece confirmar-se, agora, pela redução do número de novos contágios após o seu encerramento», adianta a Fenprof.

O comunicado refere ainda que em conjunto «com a lista de escolas solicitada, foi recebida informação sobre o plano de contingência aprovado em cada uma delas. Não era, porém, essa a informação pretendida, pois a Fenprof não duvidava que as escolas tinham planos de contingência para a grave situação epidemiológica que se vive».

O que a Federação «pretendia conhecer eram os procedimentos concretos que tinham sido adotados na sequência da confirmação dos casos de Covid-19. Admite-se, contudo, que a informação seja da responsabilidade da autoridade de saúde e não do Ministério da Educação», explica.

«Como tal, a Federação dirigiu-se à Senhora Ministra da Saúde solicitando a informação ainda em falta e que é crítica para a intervenção no domínio da segurança e saúde de quem está nas escolas», conclui o organismo. Veja aqui, a lista completa de escolas com Covid-19, enviada pelo Ministério da Educação.