Novo líder da Síria recusa-se apertar a mão de ministra alemã por esta ser mulher? Veja o vídeo
O novo líder islâmico da Síria, Ahmad al-Chareh, ter-se-á recusado a cumprimentar com um aperto de mão a ministra dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Annalena Baerbock, por alegadamente se tratar de uma mulher.
O momento aconteceu antes de uma reunião dos chefes da diplomacia francesa e alemã com o novo líder islâmico sírio, no poder desde 8 de dezembro, em Damasco.
Os líderes de muitos países árabes e ocidentais têm viajado até Damasco após a queda de Bashar al-Assad, quebrando o isolamento imposto à Síria desde a repressão violenta da revolta popular em 2011.
☪️🇸🇾 Abou Mohammed al-Joulani, el principal terrorista islámico, y actual líder de la Siria post Al-Assad, se niega a estrechar la mano de la ministra de Asuntos Exteriores de Alemania, Annalena Baerbock, sólo porque es mujer…
¿Qué opinas tú de ese desplante machista? 🤔 pic.twitter.com/l6xcuqQZ35
— Lady Habsburg (@lady_habsburg) January 3, 2025
A ministra dos Negócios Estrangeiros alemã disse que a Alemanha quer ajudar a Síria a voltar a ser “um lar seguro para todo o povo” e “um Estado funcional com pleno controlo do seu território”.
As declarações de Annalena Baerbock foram proferidas pouco antes de chegar a Damasco, onde se vai juntar ao homólogo francês, que já se encontra na capital síria.
A visita, “sob mandato da UE”, é “um sinal claro para os sírios de que é possível um novo começo político entre a Europa e a Síria, entre a Alemanha e a Síria”, escreveu Barbock numa declaração.
A ministra disse que, “apesar de todo o ceticismo” em torno dos islamistas do Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que lideram a coligação que derrubou Bashar al-Assad no início de dezembro, não se pode perder “a oportunidade de apoiar o povo sírio nesta importante encruzilhada”.
Trata-se da primeira visita de ministros dos Negócios Estrangeiros de grandes potências ocidentais às novas autoridades sírias.
Baerbock e o chefe da diplomacia francesa, Jean-Noël Barrot, deverão reunir-se com o novo dirigente sírio, Ahmad al-Chareh, de acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês.
“Juntos, a França e a Alemanha apoiam o povo sírio, em toda a sua diversidade”, escreveu hoje o ministro francês na rede social X.
Os dois países querem “promover uma transição pacífica e exigente ao serviço dos sírios e da estabilidade regional”, acrescentou o dirigente.
Os ministros planeiam visitar a prisão de Saydnaya, perto da capital síria, um símbolo da repressão do regime de Bashar al-Assad, antes do encontro com o novo líder sírio.
Dirigentes de muitos países árabes e ocidentais têm-se deslocado a Damasco desde a queda de al-Assad, quebrando o isolamento imposto à Síria desde que o regime reprimiu de forma sangrenta uma revolta popular em 2011.
A França já tinha enviado emissários às novas autoridades a 17 de dezembro, e a bandeira tricolor está agora hasteada sobre a embaixada, que foi encerrada em 2012.
A Alemanha, com embaixada também encerrada desde 2012, enviou emissários no mesmo dia para estabelecer contactos com as autoridades de transição, cujos primeiros passos no poder estão a ser observados com cautela.