Novo golpe nas relações comerciais. EUA preparam sanções a 89 empresas chinesas
A administração Trump está perto de declarar as 89 empresas chinesas que têm ligações militares, impedindo-as de adquirir uma variedade de produtos e tecnologia dos Estados Unidos, de acordo com a agência ‘Reuters’, que teve acesso a um rascunho da lista.
A lista, se publicada, poderia contribuir para agravar ainda mais as tensões comerciais com Pequim e prejudicar as empresas norte-americanas que vendem peças e componentes de aviação civil para a China, entre outros setores.
Falando em Pequim, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Zhao Lijian, disse que o país «se opõe firmemente à supressão não provocada das empresas chinesas pelos Estados Unidos». O que o país norte-americano está a fazer «viola gravemente o princípio da competição de mercado e as normas internacionais para comércio e investimento que tanto defende», acrescentou.
As empresas chinesas desde sempre que operaram de acordo com a lei e seguem rigorosamente as leis e regulamentos locais quando trabalham no exterior, inclusive nos Estados Unidos, referiu ainda Zhao.
Da lista fazem parte a Commercial Aircraft Corp of China Ltd (COMAC), que lidera os esforços chineses para competir com a Boeing e a Airbus, bem como a Aviation Industry Corporation of China (AVIC) e 10 das suas entidades relacionadas.
A lista está incluída num projeto de regra que identifica empresas chinesas e russas que os EUA consideram «utilizadores finais militares», uma designação que significa que os fornecedores norte-americanos devem procurar licenças para vender uma ampla faixa de produtos comercialmente disponíveis. De acordo com a regra, os pedidos de tais licenças têm mais probabilidade de ser negados do que concedidos.
Para além das 89 empresas chinesas, o projeto de regra também designa 28 entidades russas, incluindo a Irkut, que também tem como objetivo entrar no mercado da Boeing com o desenvolvimento do jato MC-21. A lista de 117 empresas «não é exaustiva», dizia o projeto de regra, sendo considerada uma «tranche inicial».