Novo balanço palestiniano aponta 46 mil mortos em Gaza
Mais de 46 mil palestinianos foram mortos em mais de 15 meses de guerra entre Israel e o Hamas, afirmou hoje o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelos movimento islamita palestiniano.
Segundo o ministério, um total de 46.006 palestinianos foram mortos e 109.378 ficaram feridos, detalhando que do total das vítimas mortais as mulheres e as crianças representam mais de metade.
O balanço não distingue entre combatentes ou civis na contabilização dos mortos.
O exército israelita afirma ter morto mais de 17.000 militantes do Hamas, sem apresentar provas, e garante tentar evitar ferir civis.
Os israelitas culpam o grupo palestiniano pelas mortes, uma vez que opera em zonas residenciais, num registo de ataques contra o que referem ser militantes escondidos em abrigos e hospitais, matando frequentemente mulheres e crianças.
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, afirmou esta semana estar “muito próximo” e que espera concluir um acordo de tréguas antes da tomada de posse da nova administração, liderada pelo republicano Donald Trump, que assumirá novamente a Casa Branca no próximo dia 20.
Porém, o tom otimista já foi utilizado noutras ocasiões por responsáveis norte-americanos ao longo do ano passado, mas sem que tenham existido resultados.
O atual conflito começou quando militantes liderados pelo Hamas invadiram Israel a 07 de outubro de 2023, matando cerca de 1.200 pessoas, na sua maioria civis, e raptando cerca de 250. Cerca de 100 reféns ainda se encontram em Gaza e as autoridades israelitas acreditam que pelo menos um terço destes foi morto no ataque inicial ou morreu em cativeiro.
Em resposta, Israel lançou ataques que arrasaram vastas áreas de Gaza e deslocou cerca de 90% dos seus 2,3 milhões de habitantes. Centenas de milhares de pessoas estão amontoadas em vastos campos de tendas ao longo da costa, com acesso limitado a alimentos e a outros bens essenciais.
“O que estamos a viver não é uma vida. Ninguém poderia suportar a situação que estamos a viver durante um único dia”, lamentou esta semana Munawar al-Bik, uma mulher deslocada, numa entrevista à The Associated Press.
Dezenas de pessoas participaram hoje nas orações fúnebres junto ao Hospital dos Mártires de Al-Aqsa, na cidade de Deir al-Balah, no centro de Gaza, em memória das pessoas mortas nos ataques israelitas do dia anterior.
As autoridades sanitárias palestinianas afirmaram que os ataques aéreos israelitas mataram pelo menos nove pessoas em Gaza na quarta-feira, incluindo três bebés – entre os quais uma criança de uma semana – e duas mulheres.