Novo aeroporto de Lisboa pode custar até 10 mil M€, mais 64% do que inicialmente previsto
O novo aeroporto de Lisboa deverá custar até 10 mil milhões de euros, avançou esta quarta-feira o ‘Jornal de Negócios’: a proposta da ANA – Aeroportos de Portugal apontou para um custo total que varia entre 8 e 10 mil milhões de euros, um valor bastante acima do que foi estimado pela Comissão Técnica Independente, cuja presidente, Maria do Rosário Partidário, estimou um custo de 6,1 mil milhões de euros, dos quais resultam de uma verba de 3,2 mil milhões para a primeira pista e 2,8 mil milhões de euros para a segunda. Entre o valor estimado e o potencial, há um aumento de 63,5%.
Os encargos da ANA vão agora ser analisados pelo Governo, ainda que o chairman José Luís Arnaut se tenha mostrado “muito otimista” na cerimónia de entrega da proposta ao ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, que destacou a “cerimónia simbólica e marcante do início de nova caminhada de infraestruturas para o país como um novo aeroporto que é essencial para Portugal”: já o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, está focado nos custos para os contribuintes nacionais.
No Parlamento, o ministro das Infraestruturas garantiu que o novo orçamento não ia custar “nem um euro aos contribuintes”: visão diferente tem Miranda Sarmento, que afirmou que procurará que “os encargos para Orçamento do Estado sejam o mais limitados possível, se possível até sem qualquer impacto para os contribuintes”. Ou seja, não há garantias de que não seja necessário dinheiro público.
O Governo tem agora 30 dias para confirmar por escrito à ANA se pretende que esta prepare a candidatura ao novo aeroporto de Lisboa. “Vamos aguardar por 17 de janeiro que o Governo se pronuncie”, apontou José Luís Arnaut: depois, a concessionária terá três anos para preparar e apresentar, a expensas suas, ao Estado a candidatura, que deve compreender um conjunto de relatórios.
A ANA tem de entregar um relatório de consultas onde estejam incluídos os principais comentários dos cinco maiores operadores aéreos sobre as principais especificações e os níveis de taxas aeroportuárias; um relatório sobre o local selecionado, o Campo de Tiro de Alcochete, e um estudo de impacto ambiental que inclua uma síntese do impacto ambiental negativo passível de resultar do desenvolvimento da nova infraestrutura; e também um relatório técnico que inclua uma proposta de planeamento, de calendarização da construção, da estrutura de subcontratação e um orçamento para a construção do aeroporto. Além de um relatório financeiro que inclua a solução de financiamento.