Nobel da Paz é entregue hoje. Quem são os favoritos a vencerem o galardão?

A Academia Norueguesa anunciará esta sexta-feira, 11 de outubro, o veredicto sobre o laureado com o Prémio Nobel da Paz, um galardão que este ano assume uma importância especial, dado o contexto de escalada do conflito no Oriente Próximo. O objetivo do prémio é reconhecer os esforços de indivíduos ou entidades que trabalham em prol de um mundo melhor, como foi o caso em 2023 com a ativista iraniana Narges Mohamadi, distinguida pela sua luta pelos direitos humanos.

Para a edição de 2024, foram apresentadas um total de 286 candidaturas, sendo 197 de indivíduos e 89 de organizações. O prazo para a submissão das propostas foi encerrado no final de janeiro, dado que o processo de seleção é extenso e minucioso, levando mais de oito meses a ser concluído. O Comité Norueguês mantém a confidencialidade sobre as listas de candidatos, que só são divulgadas na íntegra passados 50 anos.

Desde a sua criação em 1901, o Prémio Nobel da Paz já contabiliza 104 edições, tendo sido atribuído em 85 ocasiões, enquanto 19 prémios não foram concedidos, o mais recente em 1972. No total, 30 organizações e 111 indivíduos foram premiados, sendo que as decisões não podem ser revisadas posteriormente.

Candidaturas polémicas (e Trump é um dos candidatos deste ano)

Embora tecnicamente não existam vetos às candidaturas, é possível que líderes que tenham atuado em desrespeito pelos direitos humanos sejam nomeados. Exemplos históricos incluem Joseph Stalin e Adolf Hitler, que acumulam diversas candidaturas nos arquivos do prémio.

Entre os nomes que emergiram como candidatos para este ano, destaca-se o do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revelado por uma congressista republicana que promoveu a sua nomeação.

Expectativas e possíveis vencedores

O Comité Norueguês, em 2023, distinguiu Narges Mohamadi como símbolo da luta contra a opressão das mulheres no Irão e pela promoção dos direitos humanos. A ativista não pôde comparecer à cerimónia de entrega do prémio em dezembro, pois está presa, tendo passado a maior parte das duas últimas décadas atrás das grades.

Nas casas de apostas, outros nomes relevantes como o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, o secretário-geral da ONU, António Guterres, e a opositora bielorrussa Svetlana Tijanovskaya figuram como possíveis laureados. No entanto, especialistas alertam que o júri nem sempre escolhe figuras reconhecidas.

Henrik Urdal, diretor do Instituto de Pesquisa para a Paz de Oslo (PRIO), sugere que o prémio poderia focar no sistema democrático, num ano em que mais de metade da população mundial está convocada para votar. Um prémio à oficina de Instituições Democráticas e Direitos Humanos da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) enviaria, segundo Urdal, um “potente mensagem”.

Apostas à parte, os laureados receberão 11 milhões de coroas suecas, equivalente a mais de 960.000 euros. A expectativa em torno do prémio é elevada, especialmente em um contexto de crescente tensão no Oriente Próximo, onde as questões de paz e direitos humanos continuam a ser uma prioridade global.