No primeiro trimestre de 2022, aviação pode “ficar a passos largos de 2019”, defende setor
A Associação Portuguesa de Transportes Aéreos (APPTA) espera “que o próximo trimestre supere, em voos, 2020, ficando ainda aquém de 2019, mas acredita que no primeiro trimestre de 2022, caso não haja um recrudescimento da pandemia, que fiquemos a passos largos dos níveis pré-pandemia, senão mesmo superando-os”, afirmou a organização, em entrevista à Executive Digest.
O setor relembra, no entanto, que tudo dependerá da evolução da situação epidemiológica do mundo. “Os EUA estão bastante consolidados, mas esta é uma carta fechada, tudo depende se haverá ou não um recrudescimento da pandemia”.
Por seu lado, a homóloga espanhola ALA planeia que durante este inverno, consiga resultados semelhantes aos de 2019.
“Atualmente, há 1,9% mais voos programados para este período de inverno – aproximadamente de novembro a março – em comparação com 2019”, disse o presidente da ALA, Javier Gandara.
Já para as ilhas Canária e Baleares, os voos planeados superam em 10% 2019.”
Apesar do forte impacto das medidas restritivas da pandemia sobre o setor do transporte aéreo, os números mais recentes, revelados esta terça-feira pelo Eurostat, já mostram sinais de recuperação.
Em agosto deste ano, o número de voos comerciais na União Europeia aumentou 48%, com registo de 479 mil voos, em comparação com o mesmo mês de 2020, em plena pandemia, que registou mais de 324 mil voos.
Apesar da recuperação, o número ainda está bem abaixo dos níveis pré-pandemia. Comparando com dois anos antes, as companhias aéreas do bloco mantiveram uma distância de 31,2% relativamente a cerca de 696 mil voos registados em agosto de 2019.
Entre os 27 Estados-membros, Portugal seguiu a tendência europeia e também melhorou, sendo o 9.º país mais próximo de igualar número de voos registado no período homólogo de 2019, embora também mantenha uma quebra de 27%.
Os aeroportos portugueses contabilizaram, em agosto, um total de 29.506 voos, naquele que foi o melhor mês desde outubro de 2019. Uma subida considerável, na ordem dos 40,9%, face aos cerca de 21 mil voos registados no mesmo mês de 2020. A diferença acentua-se mais ao comparar os números com agosto de 2019, em que foram registados 40.481 voos.
Os países da UE com as menores quedas em voos comerciais em agosto de 2021 foram a Grécia (-7% em comparação com agosto de 2019), a Roménia (-18%) e a Croácia (-22%). No fundo da tabela e, portanto, a registar as maiores quebras, está a Finlândia (-60% em comparação com agosto de 2019), a Irlanda (-55%), a Eslovénia (-54%), a Eslováquia (-52%) e a República Checa (-51%).