Níveis de insolvência em Portugal crescem 7%
No primeiro trimestre de 2010 foram registados 1.464 novos processos de insolvência em Portugal, o que representa um agravamento de 7% face ao trimestre anterior.
Esta é uma das conclusões dos especialistas da Área de Administração de Riscos da Crédito y Caución, que acompanha de perto as insolvências judiciais publicadas em Diário da República.
O agravamento consecutivo dos níveis de insolvência empresarial iniciou-se no primeiro trimestre de 2009 e a partir do segundo trimestre do mesmo ano manteve-se em cerca de 1.300 processos trimestrais.
Em 2009, este comportamento foi transversal a todos os sectores, excepto no sector das Madeiras e Mobiliário e no sector Automóvel. Os dados apresentados revelam a deterioração deste parâmetro no sector dos Brinquedos, que é actualmente o sector que apresenta uma tendência mais acentuada de agravamento, tendo aumentado 250%, em relação ao quarto trimestre de 2009.
Nestes primeiros três meses do ano, o sector da Máquinas/Ferramentas registou um aumento de 54% relativamente ao último trimestre de 2009. Ainda entre os sectores que registaram um maior agravamento do seu nível de insolvências, destaque para o sector da Alimentação/Distribuição que atingiu 30% de crescimento.
Ao analisar os dados do primeiro trimestre, identificam-se algumas tendências importantes de evolução no curto-prazo das insolvências.
Efectivamente, em seis dos 17 sectores analisados regista-se uma diminuição do número de insolvências judiciais registadas, como por exemplo, o sector das Peles e Curtumes que regista um decréscimo de24%.
“Se à evolução deste indicador juntarmos as últimas notícias relativas ao rating atribuído a Portugal confirmamos as incertezas que já tinhamos relativamente à situação económica Portuguesa e podemos concluir que o fim de crise está agora mais longe do que anteriormente previsto. Neste quadro, é importante que as empresas não deixem de reforçar os seus sistemas de gestão do risco de crédito de forma a detectar as ameaças de morosidade e incumprimento que entretanto continuarão a marcar o seu quotidiano” salienta Paulo Morais, Director da Crédito y Caución para Portugal e Brasil.