Netanyahu vai ser o primeiro líder mundial a visitar Trump na Casa Branca
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, será o primeiro chefe de governo a ser recebido por Donald Trump na Casa Branca durante o seu segundo mandato presidencial. A visita, agendada para a próxima semana, foi confirmada numa carta enviada pela administração norte-americana ao gabinete de Netanyahu.
Na carta, Trump sublinha a importância das relações entre os dois países e destaca os esforços dos Estados Unidos para promover a paz na região.
“Aguardo com expectativa a nossa conversa sobre como podemos trazer paz a Israel e aos seus vizinhos, além de reforçar os esforços para enfrentar os nossos inimigos comuns”, escreveu o presidente norte-americano. “Será uma honra recebê-lo como o meu primeiro líder estrangeiro durante o meu segundo mandato.”
A visita acontece num momento em que Washington tenta persuadir Israel a transformar o atual cessar-fogo em Gaza num fim definitivo da guerra contra o Hamas.
O conflito, que dura há 15 meses, teve início a 7 de outubro de 2023, quando o Hamas matou 1.200 pessoas e raptou 251 reféns em ataques contra Israel. Desde então, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, a ofensiva israelita já causou a morte de mais de 47.000 palestinianos.
O cessar-fogo atual, que entrou em vigor a 19 de janeiro, continua a ser respeitado, mas Trump já expressou dúvidas sobre a sua durabilidade. “Não estou confiante de que vá durar”, afirmou o presidente norte-americano.
Nos primeiros 45 dias do cessar-fogo, prevê-se que o Hamas liberte 33 reféns israelitas, enquanto Israel deverá soltar quase 2.000 prisioneiros palestinianos. Ambos os lados já iniciaram este processo.
A trégua permitiu que mais de 375.000 palestinianos regressassem ao norte de Gaza, tentando reocupar as suas casas destruídas, segundo a ONU. Além disso, o fluxo de ajuda humanitária aumentou significativamente, com 600 camiões de ajuda a entrarem diariamente no território.
“Só na última semana, cerca de 4.200 camiões carregados com ajuda humanitária entraram na Faixa de Gaza, após inspeções”, afirmou a vice-ministra dos Negócios Estrangeiros de Israel, Sharren Haskel.
Durante a visita a Washington, Netanyahu pretende incentivar Trump a adotar uma postura mais agressiva contra o Irão, especialmente no que diz respeito ao programa nuclear iraniano.
Além disso, o primeiro-ministro israelita deverá insistir na retoma dos esforços para um acordo de normalização entre Israel e a Arábia Saudita, um dos objetivos centrais da sua diplomacia nos últimos anos.
A visita de Netanyahu ocorre num momento delicado para a sua imagem internacional. O primeiro-ministro israelita é alvo de um mandado de captura do Tribunal Penal Internacional (TPI) por alegados crimes de guerra, uma acusação que rejeita veementemente.
A posição de Netanyahu nesta viagem será crucial para o futuro da guerra em Gaza e para o alinhamento estratégico entre Israel e os Estados Unidos sob a nova administração Trump.