NATO e Suécia juntam-se em exercícios militares para defender ilha no Mar Báltico que estará na mira da Rússia

O compromisso da Aliança Atlântica para com a defesa do país candidato a Membro já é bastante evidente nos exercícios militares conjuntos, que começaram no dia 5 de junho e deverão terminar no próximo dia 17.

O exercício, com o nome BALTOPS 22, está a decorrer no Mar Báltico e tem como protagonista da ilha de Gotland, localizada no centro dessa área marítima, a 100 quilómetros da costa da Suécia e a 300 quilómetros dos portos navais militares bálticos da Rússia.

Fonte: Google Maps

O exercício BALTOPS 22 mobiliza 16 países, mais de 45 navios, mais de 75 aeronaves e cerca de 7.500 pessoas, sendo acolhida pela Suécia no ano em que a sua Marinha nacional cumpre 500 anos de existência. A operação conta com a participação das forças navais da NATO sediadas na base da aliança em Oeiras.

Citado em documento oficial da NATO, Magnus Frykvall, alto oficial do exército sueco, refere que o exercício conjunto com as forças da Aliança Atlântica permite à Suécia “ter as garantias de segurança” que o país ainda não tem por não ser membro da NATO. “Se nos tornarmos membro da NATO, poderemos ser parte do planeamento conjunto das operações militares, para a defesa da Europa, e do norte da Europa, claro”, aponta o militar.

Sobre a ameaça da Rússia, país com o qual a vizinha Finlândia partilha mais de 800 quilómetros de fronteira, Frykvall acrescenta que a “ameaça é real” e que já foi possível ver o que Moscovo é capaz de fazer a um país vizinho. A ilha de Gotland é um ponto-chave para o controlo do Mar Báltico e poderá estar sob o olhar atento do Kremlin.

Em maio, a ‘Euronews’ noticiou que esse território insular tinha sido essencial para combater a agressão soviética e que poderá voltar a ser palco de operações realizadas pela Rússia do século XXI.

O Secretário-Geral da NATO esteve esta segunda-feira na Suécia, numa visita oficial que incluiu encontros com a Primeira-Ministra Magdalena Andersson e com outros membros do governo sueco. Jens Stoltenberg afirmou que a decisão da Suécia e da Finlândia se candidatarem à Aliança Atlântica é “um passo histórico num período crítico para a nossa segurança”.

O responsável da NATO afiançou que a integração desses dois países na aliança político-militar facilitará uma melhor cooperação na defesa nas regiões nórdica e báltica, permitirá reforçar a segurança transatlântica.

A candidatura da Suécia e da Finlândia a estatuto de membro efetivo da NATO enfrenta a oposição da Turquia, mas Stoltenberg garante que ele e a sua equipa estão em contacto com as autoridades de Ancara para que seja possível alcançar progressos no sentido de integrar os dois candidatos nórdicos na Aliança Atlântica.

O Secretário-Geral da NATO disse que o governo sueco vai procurar responder às preocupações levantadas pela Turquia em matéria de combate ao terrorismo e que “a estrutura legal [da Suécia] sobre a exportação de armamento irá refletir o seu futuro estatuto como membro da NATO”.

“A segurança da Suécia e da Finlândia importa para a NATO”, sentenciou Stoltenberg.

No final do mês de junho, a NATO realizará uma cimeira em Madrid, na qual deverá ser conhecido o destino das candidaturas dos dois países nórdicos, embora a oposição da Turquia ainda seja esperada. A Suécia e a Finlândia apresentaram as suas candidaturas oficiais a membros da Aliança Atlântica no final de maio.