Natal e Ano Novo: Antecipar compras alivia peso na carteira? Veja os produtos que já estão a subir de preço e os conselhos de poupança

Já em contagem decrescente para o Natal e a pouco mais de duas semanas para o Fim de Ano, já são muitos os portugueses a tratar dos preparativos e das listas de compras, sejam presentes ou produtos alimentares para a ceia de diz 24 de dezembro e para a festa do Réveillon. Contudo, num ano marcado pela inflação e aumento do custo e vida, em vez de deixar tudo para a última da hora é uma boa ideia antecipar-se e aproveitar para poupar nas suas compras.

Planear com antecedência os produtos que precisa e vai comprar, vai permitir ‘escapar’ ao aumento de preços de certos alimentos que sobem na altura do Natal e da passagem de ano, como dourada, bacalhau, cabrito, ovos ou vinhos. Como tal, o conselho é planear as compras para as festividades antecipadamente de forma a evitar que o aumento de preços nos produtos mais populares afete as nossas finanças.

No último ano, segundo revela a Deco/Proteste à Executive Digest, o azeite foi ‘campeão’ de aumentos face ao ano anterior. Na semana passada, comparando com a mesma de 2022, estava 83% mais caro. Seguia-se a farinha para bolos (18%), a couve (18%), o vinho tinto D.O.C Douro (15%), a batata (8%), o açúcar (8%), o chocolate para culinária (8%) e o abacaxi (3%).

Todos os anos, a partir de dia 1 de dezembro já é possível notar diferença nos valores de certos alimentos típicos do Natal e ou passagem de ano, o que se acentuará nas próximas semanas.

A tendência verifica-se em muitos produtos que não falta na mesa de Natal tipicamente portuguesa. Só nó último mês a couve disparou 24% no preço, o azeite 7%, o arroz carolino 6%, a farinha 3%, o leite 3%, o vinho branco D.O.C 2%, o bacalhau 2% e o óleo vegetal 1%.

Por outro lado, na semana passada a batata e o abacaxi registavam uma tendência de redução no preço, tendo ‘encolhido’ 4% e 6%, respetivamente. O chocolate e o açúcar estavam sensivelmente ao mesmo preço das últimas 4 semanas.

Há ainda outros aumentos a ter em conta, segundo a análise da Deco, cedida à Executive Digest, e que fazem com que a fatura da ceia de Natal ou jantar de Ano Novo este ano pese mais: Por exemplo, só nos últimos oito meses os brócolos já aumentaram 57% de preço, o azeite virgem extra 36%, a alface frisada 32%, a laranja 29%, a couve flor 14% e a pescada fresca 11%.

Para além de não deixar a compra de determinados produtos apenas para o mês de dezembro, pode ainda tentar fazer uma previsão dos alimentos que vão realmente ser consumidos para evitar desperdícios. Poupar é importante, mas quando se adota este método não nos podemos esquecer de ver a data de validade e, caso seja curta, pode-se então congelar para durar mais tempo.

Susana Costa Nunes, analista de mercado da Deco, explica que nesta altura do ano torna-se mais importante do que nunca adotar algumas regras e cuidados na hora de ir às compras, de forma a poupar algum dinheiro e aliviar a pressão sob os orçamentos familiares que se verifica no final do ano.

  1. Fazer uma lista de compras é a melhor forma de evitar despesas adicionais. Pense nas refeições que vai preparar durante a semana e resista às compras por impulso.
  2. Traga apenas o que realmente necessita. A aquisição de bens essenciais em quantidades superiores às necessidades de abastecimento (açambarcamento do adquirente) é um crime punível com pena de prisão até seis meses ou multa de 50 a 100 dias.
  3. No supermercado, compare os preços por quilo, litro ou unidade para ver quais as marcas mais baratas. As marcas próprias das cadeias de supermercados permitem alguma poupança, em alguns casos até 30%, sem comprometer a qualidade.
  4. Opte por formatos familiares, no caso de produtos muito consumidos em casa e com prazos alargados, como o café, os cereais de pequeno-almoço e as massas, por exemplo. Segundo um estudo comparativo de preços, as caixas grandes compensam quase sempre. Mas nunca deixe de comparar o preço ao quilo ou à unidade, pois há casos em que a embalagem pequena é mais barata.
  5. Avalie se há produtos frescos que pode substituir pela versão ultracongelada, mais barata, ou vice-versa. Segundo um estudo da DECO PROTESTE, os legumes ultracongelados chegam ser 80% mais baratos do que os frescos, pois aproveita-se tudo. Além disso, são práticos, conservam-se por mais tempo e são igualmente nutritivos. Já no caso do peixe, comprá-lo fresco sai, geralmente, mais em conta. Se pretende ter algumas postas de reserva, compre-as na peixaria e congele-as em casa. Coloque uma etiqueta com a data de congelamento e tenha em conta o prazo de validade (três meses no caso de peixes gordos e seis para espécies magras).
  6. Se costuma comprar produtos em conserva, os frascos de vidro são até 40% mais baratos do que as latas, além de que são reutilizáveis e 100% recicláveis. Ainda assim, as leguminosas, como o feijão e o grão, ficam a metade do preço se as comprar secas e as preparar em casa. Poupa dinheiro e embalagem, além de que é mais saudável: não contêm aditivos nem o excesso de sal habitual nas conservas. Pode guardá-las em caixas no congelador, para mais tarde utilizar.
  7. Os alimentos prontos a usar, como, por exemplo, cebola e alho já picados, cogumelos laminados, frutos secos sem casca ou cenoura ripada são mais caros do que os inteiros. Permitem poupar algum tempo na preparação das refeições, mas não dinheiro.
  8. Olhe além dos produtos que estão ao nível dos olhos, onde frequentemente são colocados os produtos que os retalhistas têm mais interesse em vender.
  9. Consulte os folhetos para saber quais as promoções da semana. O leite e os cereais são produtos frequentemente vendidos com desconto. Veja os prazos de validade e, se forem longos, pode trazer mais de uma unidade para aproveitar a promoção e guardar. Evite, contudo, comprar mais do que necessita.
  10. Pesquise os supermercados mais baratos para comparar o índice diário das várias cadeias de distribuição para o mesmo cabaz de produtos.
  11. Olhe para o que tem na despensa e verifique os prazos de validade para evitar desperdício alimentar. Ao arrumar a despensa, coloque os prazos mais curtos à frente. Deve fazer o mesmo ao arrumar o frigorífico.
  12. O comércio tradicional é uma boa opção para comprar frescos, já que é possível encontrar produtos mais baratos. Além disso, têm uma boa oferta de produtos nacionais e, regra geral, ficam mais perto de casa, o que pode ser uma ajuda para reduzir também a despesa com combustíveis.