Não durou cinco minutos: audição de Passos Coelho no tribunal no Caso BES adiada por greve dos funcionários judiciais
Pedro Passos Coelho apresentou-se, esta manhã, no Campus de Justiça para prestar depoimento no âmbito do Caso BES: no entanto, a audição foi adiada (uma vez mais…) devido à greve dos funcionários judiciais convocada pelo Sindicato dos Oficiais de Justiça. O ex-primeiro-ministro esteve apenas cinco minutos no tribunal.
O antigo líder do PSD salientou, à entrada, estar disposto “a responder a todas as perguntas colocadas pelo tribunal”, salientando que a sua intervenção no caso está “razoavelmente esclarecida”. “Terei todo o gosto de responder a algo que não esteja”, frisou aos jornalistas. Passos Coelho, no entanto, destacou que “está fora da política”, recusando-se comentar as mais recentes sondagens que o apontaram como um dos favoritos dos portugueses na corrida à Presidência da República.
Pedro Passos Coelho — que chegou a ter a sessão agendada para 30 de outubro, que teve de ser adiada devido à demora na audição das testemunhas — tinha reservada para si esta manhã, naquele que seria o seu regresso ao tribunal, depois de ter sido ouvido na fase de instrução. “Se o tribunal entendeu que me devia ouvir, e intimou-me para esse efeito, eu aqui vim”, disse, em 2022, sem revelar o seu depoimento. No entanto, a sessão agora será pública e de acordo com o Ministério Público, é para ouvi-lo “designadamente sobre os temas da fase final do GES e resolução do BES”.
Pedro Passos Coelho era chefe de Governo à data do colapso do BES/GES, no verão de 2014.
O processo conta atualmente com 18 arguidos, incluindo o antigo presidente do BES, Ricardo Salgado, de 80 anos e diagnosticado com a doença de Alzheimer. O ex-presidente do BES responde por cerca de 60 crimes, incluindo um de associação criminosa e vários de corrupção ativa no setor privado e burla qualificada.
O julgamento começou a 15 de outubro, no Tribunal Central Criminal de Lisboa.
Caso BES. Passos Coelho é ouvido esta manhã como testemunha no processo contra Ricardo Salgado