MP suspeita que Vítor Escária pressionou até 8 entidades públicas para acelerar projeto da ‘Start Campus’
Vítor Escária, chefe de gabinete de António Costa, é suspeito de ter pressionado pelo menos oito entidades públicas para acelerar o megaprojeto de um centro de dados em Sines: o investimento, de 3,5 mil milhões de euros, foi favorecido a pedido de Diogo Lacerda Machado, que terá sido contratado pela empresa ‘Start Campus’ para exercer influência sobre membros do Governo e entidades públicas.
A contratação do melhor amigo de António Costa pela ‘Start Campus’, com um salário de 6.553 euros mensais, tinha por objetivo aproveitar a relação de amizade que o consultor mantém com o primeiro-ministro e o seu chefe de gabinete, Vítor Escária: segundo avançou esta quinta-feira o ‘Jornal de Notícias’, Lacerda Machado não terá mesmo prestado qualquer serviço de advocacia para a empresa em questão.
Vítor Escária terá começado a contactar o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, considerado como suspeito pela investigação, mas também a secretária de Estado da Energia, Ana Fontoura Gouveia, bem como outras entidades públicas, além do presidente da Câmara de Sines, o socialista Nuno Mascarenhas (também detido), com vista a “desbloquear” e “conferir andamento mais célere e favorável aos assuntos do interesse da ‘Start Campus’”, garantiu o DCIAP.
O Ministério Público (MP) desconfia que Vítor Escária exerceu a sua influência junto da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), assim como a REN, o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), a Direção-Geral de Energia e Geologia e a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), que terão sido igualmente pressionadas para acelerar o projeto da ‘Start Campus’.